domingo, 20 de outubro de 2024

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Hospital Regional Público do Araguaia realiza primeira diálise hepática no interior do Pará

Oferta do novo procedimento, em Redenção, rompe paradigmas e realizá-lo mostra a determinação do governo estadual de qualificar a saúde pública
Hospital Regional Público do Araguaia (HRPA), em Redenção, investe em equipamentos para sessões de diálise

Um marco histórico e inovador aconteceu, na quinta-feira, 2, no Hospital Regional Público do Araguaia (HRPA), na região sudeste do Pará, na cidade de Redenção, com a realização do primeiro procedimento de diálise hepática, tratamento que simula parcialmente a função do fígado por meio de um processo de filtragem enquanto o órgão se recupera de uma agressão sofrida.

De acordo com o hospital, a diálise hepática, ou Spad (sigla em inglês), consiste na substituição parcial do funcionamento do fígado e realiza a filtragem do sangue, com a retirada de toxinas do corpo e a devolução do sangue tratado ao paciente. Esta terapia está indicada para pacientes graves, internados em unidades de terapia intensiva e que apresentem insuficiência hepática, aguda ou crônica agudizada, ou seja, uma nova agressão sobre um fígado já doente. Ela tem como objetivo permitir a sobrevivência do paciente nessa condição tão extrema.

Em Redenção, equipe do Hospital Regional Público do Araguaia (HRPA), no sudeste estadual
Em Redenção, equipe do Hospital Regional Público do Araguaia (HRPA), no sudeste estadual Foto: Divulgação

 

Até pouco tempo, esse processo só era realizado em Belém, o que limitava a assistência a pacientes graves de regiões distantes da capital. Um tempo de deslocamento que poderia ser determinante para a sobrevivência das pessoas. Agora, pacientes críticos e internados em unidades de terapia intensiva, podem ter tratamento em Redenção.

Aliado ao tratamento da diálise hepática, o paciente também realiza a hemodiálise contínua devido quadro de insuficiência renal aguda, que é a substituição das funções dos rins. O diferencial dessa terapia é que ocorre de forma ininterrupta, sendo utilizada no mínimo por 72 horas. Esse procedimento faz com que os órgãos tenham mais tempo para se recuperarem e reduz o risco de morte, permitindo o tempo necessário para a reabilitação. O HRPA é o único centro do interior do estado a realizar a hemodiálise contínua e um dos poucos serviços a dispor da terapia em todo o Brasil.

Foto: Divulgação

 

Primeiro Caso 

O primeiro caso trata-se de um jovem com quadro de malária complicada por falências agudas dos rins e fígado. O médico nefrologista, Giordano Ginani, comenta que se não fosse o tratamento oferecido da diálise combinada (hepática e renal) junto ao suporte de terapia intensiva, o paciente não teria chances de se recuperar.

“A falência do fígado e rins levam o paciente naturalmente à morte, agora, com o tratamento dialítico, temos a chance de reduzir esse risco na medida que damos o suporte vital ao paciente durante seu tratamento na UTI. O objetivo de tudo isso é permitir que a fase grave da doença seja superada, os órgãos voltem a funcionar e os pacientes sejam reabilitados para voltarem para suas casas.”, falou o doutor Giordano.

O médico ainda completa que o que está sendo feito na saúde pública do Pará é histórico. “Estamos vivendo um momento histórico para a saúde não só no Pará, mas do país como um todo. O que conseguimos fazer aqui deve servir de inspiração para outras unidades de saúde, outras regiões do Brasil. A medicina de alta complexidade deve ir onde se necessita dela, esses recursos devem existir em grandes centros, mas precisam ser implantados, de modo hierarquizado e organizado, também onde o acesso é mais difícil. Isso para permitir que mais pessoas se beneficiem e vidas sejam salvas. Não seria possível imaginar o transporte desse paciente, mesmo em uma UTI aérea, para ser submetido a essa terapia em outro local. Isso porque pacientes tão graves não conseguem ser levados de um local a outro com facilidade, imaginem por centenas de quilômetros”, finalizou o nefrologista.


De acordo com o Hospital Regional, a oferta do novo procedimento, em Redenção, rompe paradigmas e realizá-lo mostra a determinação do governo estadual de qualificar a assistência da saúde pública do Pará., com estratégias da medicina de alta complexidade.

Texto de Débora Barbosa / Ascom

Fonte: Agência Pará