Nove trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão durante quatro operações da Polícia Federal no sudeste do Pará. As ações foram em conjunto com Ibama e ICMBio, nesta terça-feira (29/08). Duas pessoas foram presas em flagrante por extração ilegal de recursos minerais e crimes ambientais. Equipamentos foram apreendidos ou inutilizados em garimpos e locais de beneficiamento de cobre, ouro e manganês, nos municípios de Canaã dos Carajás, Curionópolis, Parauapebas e Marabá.
As quatro operações foram simultâneas e denominadas de Farra do Manganês, Sete Nove 25, Serra Leste e Vila Nova Jerusalém. Foram mobilizados mais de 100 agentes e cumpriram 20 mandados de busca e apreensão. Nas operações, foram inutilizadas 17 escavadeiras e tratores, quatro britadores, quatro geradores, dois veículos e vários outros equipamentos como esteiras, motores-bomba e motores estacionários. Uma pistola e duas escavadeiras foram apreendidas – essas, entregues a depositários fiéis.
No garimpo Nova Jerusalém, foram encontrados os nove trabalhadores em condições degradantes de trabalho. Também lá, foram queimadas 11 estruturas de extração de cobre, 11 guinchos eixos de suspensão, apreendidos 25 quilos de explosivos, 50 metros de cabos detonadores e 50 espoletas de detonação. Também foram implodidos postes de energia e transformadores de energia clandestina que alimentava o funcionamento do garimpo.
As inutilizações de maquinários ocorrem, sob previsão legal, quando há impossibilidade de remoção do local. As operações também contaram com o apoio do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e Força Nacional de Segurança Pública. As investigações seguem em andamento.
“Além dos graves danos ambientais causados pela mineração ilegal, tendo em vista que não há compatibilização com o meio ambiente sustentável, deve ser destacado que os bens minerais pertencem à União, que deixa de arrecadar bilhões de reais com as atividades clandestinas de extração, transporte e exportação do minério. Se confirmada a hipótese criminal, os responsáveis poderão responder por crimes ambientais, crime de usurpação de recursos da União (extração ilegal de minério), associação criminosa, dentre outros”, diz nota divulgada pela PF.
O combate aos garimpos ilegais na região é constante. As operações atuais são desdobramentos de outras recentes. Em novembro do ano passado, foi deflagrada a operação “Curto-circuito”, por conta da ameaça ao linhão de Belo Monte. Em fevereiro deste ano, a PF voltou a reprimir o crime, dessa vez em pontos próximos a outro linhão, o Xingu-Rio. Nessa operação, foi feito bloqueio de bens avaliados em R$ 361 milhões.
(Da Redação do Fato Regional)
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