No final da noite de sexta-feira (12), os bombeiros resgataram com vida o menino de 12 anos que estava sob os escombros. Segundo a corporação, o resgate de Hilton Guilherme Sodré de Souza foi por volta das 23 horas.
Com fratura em uma das pernas e ferimentos no rosto, mas consciente, o garoto deixou o local de ambulância e foi levado para o Hospital Miguel Couto, na Gávea. Os pais dele, Hilton Berto Rodrigues Souza e Maria de Nazaré Sá Sodré, estão entre os desaparecidos.
Construções irregulares
Os imóveis tinham cinco andares. A Prefeitura do Rio informou que as construções são irregulares e chegaram a ser interditadas duas vezes (em novembro de 2018 e em fevereiro deste ano).
Das dez pessoas resgatadas com vida, ao menos duas foram levadas de helicóptero ao hospital. Como a região é de difícil acesso, os bombeiros tiveram de fazer uma operação especial para tirar as vítimas sem pousar em nenhum lugar.
O helicóptero ficou pouco mais de um minuto acima de um prédio, mas sem encostar na laje, que não suportaria o peso. Rapidamente, o ferido foi colocado dentro da aeronave.
Uma menina de 4 anos que morava no terceiro andar de um dos prédios saiu do local apenas com ferimentos leves. Os pais e os irmãos dela continuam desaparecidos.
Local arrasado pela chuva
O desabamento aconteceu por volta das 7h desta sexta. Não chovia no momento, mas a região sofreu com os temporais desta semana. As avenidas de acesso ainda estão alagadas.
A área onde ocorreu o acidente foi isolada, e os bombeiros disseram que outros prédios da região podem ir abaixo. No início da manhã, havia um forte cheiro de gás nas imediações.
Segundo o repórter Genilson Araújo, há cerca de 60 prédios em construção na região, que é dominada por milícias.
Processos
A Procuradoria Geral do Município diz que tem 4 processos de demolição de outros prédios naquela região, mas não puderam ser cumpridos por causa de decisões da Justiça .
Na quarta-feira, o Tribunal de Justiça confirmou uma liminar que impedia a demolição de um outro prédio na mesma comunidade onde houve o desabamento.
Na decisão, a desembargadora Marília de Castro Neves Vieira afirmou que “a fiscalização do município sequer percebeu a construção do edifício, em rua principal daquela localidade”.
Fonte: G1