sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Menire Biok: festa Kayapó na aldeia Kendjan

O projeto "Festas Kayapó" segue com registros da tradicional Menire Biok, uma festividade ancestral que carrega vários simbolismos sobre as mulheres Kayapó. Um dos objetivos da proposta da Associação Indígena Pykôre, congregando as aldeias Kendjan, Aukre e Pykararankre — graças ao patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura —, é criar um rico acervo audiovisual da cultura Kayapó.
(Foto: Kauam Gomes Rios / Associação Indígena Pykôre)

O projeto “Festas Kayapó – Realização e Registro” segue com atividades em três aldeias da etnia no município de Ourilândia do Norte, no Sul do Pará: Kendjan, Aukre e Pykararankre. A aldeia Kendjan, anfitriã da primeira celebração, convidou aldeias vizinhas para participar, promovendo a união e troca cultural entre as comunidades. O projeto, que abrange a realização e a criação de um rico acervo audiovisual da cultura Kayapó, conta com patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Realizado pela Associação Indígena Pykôre, o projeto cobre quatro festas tradicionais Kayapó: Báy nhô meteoro, Kôkô, Menire Biok e Memy Biok. As celebrações ocorrem nas aldeias A’Ukre, Kendjam e Pykararãnkre, no Território Indígena Kayapó Menkragnoti. Será realizado registro fotográfico das festividades e das ações do projeto, que vão resultar na produção de um documentário de média metragem, para fins de transmissão de saberes entre os povos indígenas, principalmente para crianças e jovens. Um dos objetivos é a promoção da cultura indígena no país junto à população em geral.

(Foto: Kauam Gomes Rios / Associação Indígena Pykôre)

As festas realizadas serão: Báy nhô meteoro, a festa do milho, na qual é contada a história do milho que o povo Kayapó planta e colhe; Kôkô, a festa de nomeação das crianças, na qual celebram o macaco, o tamanduá e o guaribo; Menire Biok, a festa das mulheres (pintura das mulheres); e Memy Biok, festa dos homens (pintura dos homens).

Resgatando tradições ancestrais.

Após o sucesso da festa Memy Biok, que celebrou a cerimônia de nomeação dos meninos, agora é a vez de anunciar a festa Menire Biok, uma celebração exclusiva das mulheres, realizada na aldeia Kendjan, localizada na Terra Indígena Menkragnoti, às margens do rio Iriri. A Menire Biok é uma tradição ancestral que marca a vida das meninas Kayapó, na qual elas recebem seus nomes indígenas das avós, em uma cerimônia cheia de simbolismo e união.

(Foto: Kauam Gomes Rios / Associação Indígena Pykôre)

Uma comunidade em harmonia

Logo ao amanhecer, as mulheres entoam cânticos altos para despertar a comunidade, sinalizando o início das festividades. É nesse momento que se escolhe o “dono da festa”, responsável por toda a organização e distribuição de tarefas. Após os preparativos, que incluem cortes de cabelo e pinturas corporais, a aldeia se enche de danças e cânticos.

As tarefas são divididas: as mulheres colhem mandioca para preparar o birarubu, uma espécie de beiju/tapioca recheado, enquanto os homens saem para caçar e pescar. O retorno desses grupos é celebrado com cânticos de alegria, seguido de danças e mais celebrações.

(Foto: Kauam Gomes Rios / Associação Indígena Pykôre)

Transmissão de saberes

Um dos momentos mais especiais da festa é a roda de contos e cânticos, que é quando as mulheres mais velhas compartilham histórias e sabedoria com as mais jovens. Este espaço é dedicado exclusivamente às mulheres, destacando seu papel central na preservação e transmissão da cultura Kayapó.

(Foto: Kauam Gomes Rios / Associação Indígena Pykôre)

A alegria de preservar e celebrar

Por nota, a Associação Indígena Pykôre comunicou que está orgulhosa em realizar a Menire Biok na aldeia Kendjan, revivendo tradições que há muito tempo não eram celebradas. Este projeto, ressalta a associação, é importante para preservação da cultura Kayapó, como inspiração para as futuras gerações valorizarem e manterem viva a herança cultural.

“Estamos profundamente gratos ao Instituto Cultural Vale por seu apoio essencial. A parceria tem sido fundamental para o sucesso dessas festividades. Ver a alegria nos olhos de cada indígena, do mais velho ao mais novo, nos motiva a continuar promovendo e preservando nossa cultura. Este projeto recebeu todo o suporte necessário, e todos os participantes estão muito felizes e empolgados com sua realização. A festa Menire Biok é um verdadeiro exemplo do compromisso que nossos parceiros têm com os povos indígenas e a preservação cultural”, comemora o presidente Patkare Kayapó.

Saiba mais sobre o Instituto Cultural Vale

O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. Por isso, patrocina e fomenta projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa.

Desde a sua criação, em 2020, o Instituto Cultural Vale já esteve ao lado de mais de 800 projetos em 24 estados e no Distrito Federal, contemplando as cinco regiões do país. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale: institutoculturalvale.org


(Série especial da Redação do Fato Regional, em parceria com a Associação Pykôre Kayapó)

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