Abic estima que o café pode ficar até 25% mais caro em abril; preço só deve melhorar no 2º semestre

Segundo a Abic, a indústria ainda não repassou todos os custos para os intermediários e consumidores finais, o que vai provocar esses aumentos pelo menos até abril. No segundo semestre, vários fatores e expectativas podem ser atendidos e o ciclo de carestia pode começar a esfriar. Em 2026, está prevista uma safra recorde que pode reorganizar os preços.
O café é a segunda bebida mais consumida pelos brasileiros, só perdendo para a água mineral. Porém, muitos fatores levaram ao aumento de preços para o mercado interno, incluindo as mudanças climáticas que seguem sendo negadas por muita gente (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Para quem não fica sem cafezinho e já vinha sofrendo com o aumento — que vem sendo registrado pelo menos desde maio de 2024 —, ainda terá de enfrentar a carestia por mais tempo. Projeções da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) apontam que o valor final, nos supermercados, deve aumentar em até 25% até abril. A boa notícia é que esse ciclo de encarecimento tem prazo de validade. O preço deve começar a cair no final deste ano.

Na cesta básica, como aponta a Abic, com base em pesquisas de preços, o café já é o produto mais caro, com alta de 37,4% em 2024, no comparativo com o preço de 2023. Mesmo assim, a associação estima que a indústria ainda não repassou ao comércio e, consequentemente ao consumidor, todos os custo do produto. Na prática, o valor subiu 116,7% em 2024, em relação ao ano anterior.

Por que o café está caro e quando vai baixar o preço?

Alguns dos fatores que levaram ao aumento de preços do café devem ser mais controlados a partir do final do segundo semestre e início de 2026. Entre algumas das razões para os preços altos estão o calor e a seca de 2024, somados às queimadas; subida do dólar; aumento de custos logísticos para exportações com os conflitos no Oriente Médio; aumento do consumo local; abertura de novos mercados que têm comprado muito o café brasileiro, como a China.

Para 2026, está prevista uma nova safra, que pode ser muito expressiva se as condições climáticas permitirem. Caso isso se concretize, a expectativa da Abic é de que haja estabilização dos preços com o atendimento da demanda e o café volte a satisfazer a população brasileira sem ter de pagar até R$ 50 por 500 gramas do produto. No Brasil, o consumo de café só perde para a água mineral.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional)


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