sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Ação interministerial de saúde deve atender 6 mil indígenas no sudeste do Pará

Equipes desembarcaram em Ourilândia do Norte na tarde desta terça-feira e devem permanecer até dia 24, em ação da Funai e da Sesai
Militares desembarcaram em Ourilândia do Norte nesta terça e seguem até dia 24. (Foto: Wesley Costa / Fato Regional)

No contexto da Operação Covid-19, os ministérios da Defesa e da Saúde deflagraram uma ação conjunta, a “Missão Kayapó”. Mais de 60 pessoas foram mobilizadas, sendo 26 profissionais de saúde nas áreas de pediatria, ginecologia e obstetrícia, clínicos geral, médicos veterinários, enfermeiros e técnicos de enfermagem, de laboratório e de veterinária. A expectativa é beneficiar mais de seis mil indígenas das aldeias Turedjam, Kikretum, Kokraimoro, Moikarako, Aukre, Kubenkrãnkrehn e Gorotire, da Terra Indígena Kayapó, no sul do Pará.

As ações de apoio são no Polo Base de Ourilândia do Norte. Nesta terça-feira (17), seguiram profissionais de Saúde, equipamentos de proteção individual (EPI), materiais, medicamentos, vacinas e testes para detectar o coronavírus sars-cov-2, que provocou a pandemia de covid-19. Marinha, Exército e Força aérea Brasileira (FAB) vão executar as ações no período de 17 a 24 de novembro Mais de três toneladas de insumos foram encaminhadas à região em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).

“Vamos atender uma série de aldeias isoladas, que estão precisando do nosso apoio. É a segunda vez que voltamos ao Pará, uma vez que já estivemos em Tiriós, no noroeste do estado. O Ministério da Defesa e o Ministério da Saúde, por meio desta ação interministerial, cumprirão aquilo que nos determinamos, que é levar saúde, orientação, meios, insumos e medicamentos a comunidades indígenas aldeadas”, declarou o secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, General Manoel Luiz Narvaz Pafiadache.

O coordenador administrativo da missão, Tenente-Coronel Klaus Raylen Tavares Rêgo, explica que além de levar saúde a comunidades isoladas, a “Missão Kayapó” tem o objetivo de mitigar os impactos da pandemia de covid-19. “Nossa intenção nesta missão interministerial é atender o maior número de índios da etnia Kayapó no apoio à saúde e conscientização no enfrentamento à Covid-19” nas aldeias”, ressaltou.

Militares comentam o desafio da missão

Participando da primeira missão humanitária, a segundo-tenente Thamires dos Santos Veras, médica do Esquadrão de Saúde de Alcântara, no Maranhão, pretende desempenhar trabalho em equipe com todos os participantes da operação. “É um desafio muito grande. Estou de coração aberto para ajudar”, afirmou. Sentimento compartilhado pelo terceiro-sargento Alisson Bruno da Silva, técnico em enfermagem na mesma organização militar. “Estou ansioso. Quero aplicar meus conhecimentos e também aprender mais sobre a cultura indígena. Quero ser útil e acredito que voltarei com uma bagagem de conhecimentos e ao mesmo tempo de contribuição à comunidade Kayapó.

Para a capitão Thais Cristina de Lima Matos Negrão, médica pediatra do Hospital de Aeronáutica de Belém, fazer parte desta missão é um desafio. “Já atuei como pediatra em diversas missões pela FAB, mas esta experiência de apoio assistencial à população indígena é enriquecedora, em especial quando se trata da atenção integral à saúde da criança. Sinto-me motivada, pois no cuidado multidisciplinar nessas comunidades devemos compreender e respeitar a cultura e a religiosidade dos índios”, disse.

Missão será desafio para 60 militares que vão atender as aldeias da Terra Indígena Kayapó. (Foto: Wesley Costa / Fato Regional)

Os militares da missão pernoitarão, até o dia 24 de novembro, na Base em Ourilândia do Norte. Se deslocarão, diariamente, às aldeias, por meio de helicópteros e viaturas das três Forças. A Operação conta também com apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).

Sobre a “Operação Covid-19”

O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à pandemia de covid-19. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia.


As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. Dependendo da complexidade da solicitação, tais demandas podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento.

(Fonte: Ministério da Defesa, com edição da Redação Fato Regional)