sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Antes da reunião do Copom, Lula critica presidente do Banco Central por atuação político-ideológica ao manter altos juros

Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central tido como 'técnico e independente', tem deixado vazar intenções de participar das eleições de 2026 e tem participado de reuniões e jantares com atores da política e da economia nacionais alinhados à extrema-direita e figuras dos setores de bancos e investimentos, os únicos interessados em juros altos como os do Brasil.
Para Lula, a taxa de juros não condiz com a inflação em queda do Brasil (Foto: Reprodução / CBN)

Nesta quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para decidir se mantém, diminui ou aumenta a taxa básica de juros do país. Atualmente, essa taxa é de 10,5%, uma das mais elevadas do mundo. Às vésperas da reunião, numa entrevista à Rádio CBN, o presidente Lula (PT) criticou posturas que considerou político-ideológicas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, e a não redução mais efetiva da Selic.

Para Lula, a manutenção da taxa de juros acima de 10% tem impedido o crescimento e desenvolvimento do país, já que uma taxa de juros tão alta só beneficia bancos e rentistas. O presidente aponta que a aproximação de Roberto Campos Neto — que foi indicado como uma pessoa técnica e independente — com políticos de extrema-direita como, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O representante do BC também reconhece intenções políticas para 2026.

Veja a entrevista na íntegra:

“Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil neste instante. É o comportamento do Banco Central. Temos um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia e que tem um claro lado político. Na minha opinião, ele trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país. (…), Sinceramente, acho que o Tarcísio de Freitas tem mais influência [com o Roberto Campos] do que eu”, disse Lula.

O presidente reforça que não há nenhuma explicação que justifique a taxa de juros atual, algo percebido até mesmo por autoridades estrangeiras, inclusive financeiras. “Tenho viajado o mundo e tenho conversado com muitos presidentes. Recebi presidentes do FMI [Fundo Monetário Internacional]; de bancos asiáticos; do Citibank; do Santander. Todos os bancos demonstram que não há país com mais otimismo do que o Brasil. Prova disso é que fomos o segundo país a receber mais investimento externo”, observou à CBN.

“Portanto, temos uma situação que não necessita desta taxa de juros. O Brasil não pode continuar com essa taxa proibitiva de investimento no setor produtivo. Precisamos baixá-la para um nível compatível com a inflação, que está totalmente controlada. Só que agora ficam inventando o discurso de inflação do futuro. Vamos trabalhar em cima do que é real”, disse Lula, dizendo que a Selic não condiz com a baixa inflação.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com informações da CBN e Agência Brasil)


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