Jorge Sampaoli e Fernando Diniz, técnicos conhecidos pelo jogo ofensivo e pautado na posse de bola, estarão frente a frente pela terceira vez na noite desta quinta-feira. O Atlético-MG do argentino recebe o São Paulo do brasileiro às 20h, no Mineirão, pela sétima rodada do Brasileirão.
No ano passado, Diniz enfrentou o Santos comandado por Sampaoli por dois clubes. No primeiro turno, perdeu por 2 a 1 com o Fluminense na Vila Belmiro. No segundo, já com o São Paulo, empatou por 1 a 1 no mesmo estádio. Embora não tenha conseguido vencer, arrancou elogios do gringo.
– Nos atrai muito o jogo com a bola. Claro que seguramente há características diferentes entre nós, mas tive a oportunidade de falar com ele no congresso da CBF e me pareceu uma pessoa que ama o jogo, falar de futebol com ele é muito interessante. É um treinador que me agrada muito pela maneira como sente esse esporte e como o pratica. Eu gosto de ver as equipes dele porque sempre estão pensando em jogar – disse Sampaoli, após o duelo entre Santos e Flu.
Naquela noite, as equipes fizeram primeiro tempo foi bem equilibrado, com chances para os dois lados. O Flu teve mais posse de bola (62%) e viu suas melhores oportunidades acontecerem com Luciano, hoje no São Paulo. Sampaoli, que havia começado com um zagueiro (Lucas Veríssimo) preenchendo a lateral direita, colocou Victor Ferraz na vaga de Felipe Aguilar no intervalo e fez o Peixe tomar conta da partida. Sasha (hoje no Galo) e Sánchez abriram 2 a 0 e Pedro, que acabara de voltar de lesão, descontou no fim.
– Hoje a equipe dele veio para sair jogando com a bola. Nós somos uma equipe que costuma ser dominante, e eles nos complicaram o primeiro tempo. Era uma equipe que sabíamos que seria difícil enfrentar, que não tem posições fixas – disse Sampaoli após o duelo.
– Foi uma partida muito bem jogada. O Fluminense foi um time muito corajoso, soube marcar, principalmente a marcação alta. Quando teve que marcar atrás, também soube marcar bem. A gente teve alguns erros infantis de passe e tomamos algumas transições muito fortes do Santos, esse é um dos pontos fortes da equipe deles. E poderíamos ter sido um pouquinho mais agudos no ataque quando tínhamos domínio – analisou Diniz.
Além de Luciano e Sasha, o volante Allan, do Galo, esteve na Vila Belmiro naquele jogo. Curiosamente (ou não), o São Paulo negociou com ele a pedido de Fernando Diniz antes de a equipe mineira contratá-lo, no início de 2020.
No segundo encontro entre os treinadores, foi uma mudança de Diniz que alterou os rumos da partida no intervalo. Com Liziero no lugar de Jucilei, o Tricolor foi mais dominante no segundo tempo após sair atrás no primeiro.
O Santos abrira o placar logo aos cinco minutos com Sánchez cobrando um pênalti de Arboleda em Evandro, após erro de Jucilei na saída de bola. O São Paulo, lento e disperso, poderia ter tomado mais. Na etapa final, concentrado e firme, igualou com Dani Alves e teve chances para virar.
– O São Paulo, em alguns momentos do jogo, jogou muito bem com a bola. É uma equipe que quando controla, pelas características de seus jogadores e seu treinador, é muito difícil pressionar e roubar a bola. Quando não tínhamos a bola, nos custava muito recuperá-la – elogiou Sampaoli.
– Jesus e Sampaoli são os treinadores que a imprensa mais exalta, com mérito, e o São Paulo não se acovardou nem no Maracanã (0 a 0 com o Flamengo) nem aqui (na Vila Belmiro). Aqui, pelo contrário. O Santos não nos envolveu em nenhum momento, apesar de ter mais chances no primeiro tempo – observou Diniz.
Os dois técnicos chegam em alta para o duelo desta noite. Sampaoli é praticamente unanimidade no Galo, clube pelo qual acaba de conquistar o título mineiro. Já Diniz, muito pressionado após a eliminação para o Mirassol no Paulistão, conseguiu três vitórias seguidas após modificar a equipe e ganhou moral.
Fonte: O LIBERAL