Um estudo feito pelo economista e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), Daniel Duque, mostra que a maioria dos estados brasileiros sofreram piora no nível de pobreza entre novembro de 2019 e janeiro de 2021. De acordo com a pesquisa, 23 estados e o Distrito Federal estão entre aqueles que tiveram a piora.
O Pará é um dos poucos que não sofreu aumento na pobreza, acompanhado do Acre e Tocantins. A pesquisa mostra o reflexo causado pela pandemia do coronavírus na economia do país.
Entre os estados que tiveram o maior índice no aumento da pobreza estão o Rio de Janeiro, Distrito Federal e Roraima. O Distrito Federal foi o que apresentou o pior índice de aumento, indo de 12,9% para 20,8% em 2021. O Rio de Janeiro foi o segundopior, com um aumento de 23,8% em 2021, chegando a quase um quinto da população.
A pesquisa levou em consideração os índices de pobreza do Banco Mundial, cuja renfa per capita é de R$ 400 ao mês. Durante o estudo, o pesquisador combinou dados da Pesquisa Nacional por AMostra de Domicílio (Pnad contínua), dos primeiros três meses de 2019 com a Pnad-Covid, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O aumento nesses níveis pode ser explicado principalmente pelo agravamento da pandemia do coronavírus, que acabou provocando aumento da inflação e do desemprego. “Os principais fatores são a grande perda de vagas, devido à pandemia. E não apenas isso, pois houve uma perda de rendimento real de diversos trabalhadores que mantiveram seus empregos. Isso é devido a uma alta inflacionária no último período, que está se acelerando agora ao longo de 2021”, declarou o economista.