Um grupo de apoiadores do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invadiu o Capitólio, sede do Congresso, para impedir a contagem final de votos do Colégio Eleitoral. A última das confusas e longas etapas das eleições estadunidenses que, no ano passado, deram a vitória a Joe Biden, do partido Democrata. Os protestos seguem dentro e fora do prédio. Do lado de fora, há vários feridos, entre civis e policiais.
Os protestos já ocorriam desde antes do começo da sessão de contagem de votos, que era presidida pelo vice-presidente Mike Pence. Em discurso antidemocrático, na autointitulada “maior democracia do mundo”, Trump disse que não iria reconhecer os resultados da eleição. Muito menos os do estado do Arizona, que tradicionalmente é Republicano (partido do atual presidente), e também escolheu Joe Biden.
Foi durante a contagem de votos do Arizona que a invasão ocorreu, após confrontos do lado de fora com apoiadores de Biden e forças de segurança pública. Os manifestantes então exigiam que Pence fizesse algo para privilegiar Trump. Porém, o vice disse que não poderia desvirtuar o compromisso que ele tinha com a Constituição dos Estados Unidos e a democracia estadunidense. Para acalmar os ânimos dos trumpistas, disse que havia irregularidades que seriam analisadas pelos congressistas. Não foi suficiente. Ele foi retirado, sob escolta, do Capitólio. Outros parlamentares também tiveram de ser protegidos em áreas seguras do prédio sede do Congresso.
Diante da confusão insuflada por ele mesmo, Trump pediu, nas redes sociais, que os protestos fossem pacíficos e sem confronto com policiais. Pediu que os apoiadores confiassem na polícia. Entretanto, não voltou atrás nos posicionamentos sobre as eleições.
A situação segue tensa na capital dos Estados Unidos. A prefeita de Washington, Muriel Bowser, declarou toque de recolher na cidade a partir das 18h, por um período de 12 horas. Pelo menos até que a situação seja controlada. Não há uma nova previsão para a retomada da normalidade na contagem dos votos.
(Victor Furtado, da Redação Fato Regional, com informações do G1)
