Após envio de reforços e uma longa negociação de cerca de 8 horas, que contou com a presença inclusive do ex-candidato à Presidência da República, Padre Kelmon, Roberto Jefferson finalmente se entregou à Polícia Federal na noite deste domingo, 23.
Agentes da PF estavam na casa do ex-parlamentar desde a manhã para cumprir a ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal (STF), que suspendeu a prisão domiciliar de Jefferson.
O ex-deputado, no entanto, recusou se entregar e atirou contra a primeira equipe que chegou em sua residência, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro.
o próprio Jefferson gravou um vídeo admitindo a ofensiva contra os policiais. Dois agentes ficaram feridos, mas sem gravidade. Eles foram levados ao hospital e liberados em seguida.
O ex-parlamentar usou câmeras do circuito interno de segurança para monitorar a movimentação da equipe formada por três agentes, que estavam na porta da sua. Irado, ele avisou nas redes sociais que não se entregaria.
Os agentes da PF foram até a residência do ex-parlamentar para cumprir mandado de prisão após o ministro Alexandre de Moraes revogar a prisão domiciliar de Jefferson. A decisão foi tomada após o político usar as redes sociais para fazer uma série de xingamentos à ministra Carmen Lúcia, também do STF.
RESISTÊNCIA
Em nota divulgada, o Ministério da Justiça e Segurança Pública detalhou que dois policiais federais foram feridos por estilhaços de granada quando cumpriam ordem de prisão contra o ex-deputado Roberto Jefferson, na cidade de Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro. O explosivo foi arremessado pelo próprio político, de acordo com o texto.
Segundo o ministério, os agentes, que não tiveram seus nomes divulgados, foram levados imediatamente ao pronto socorro e, após o atendimento médico, ambos foram liberados e passam bem.
A Polícia Federal reforçou a equipe que busca cumprir o mandado de prisão, e os policiais permanecem no local, onde Roberto Jefferson já cumpre prisão domiciliar. Além disso, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro deslocou agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do 38º Batalhão (Três Rios) para darem apoio à PF caso seja necessário.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu que Jefferson deve voltar à prisão preventiva pelo descumprimento das medidas cautelares impostas, como não postar nas redes sociais. Na última sexta-feira (21), em vídeo publicado na internet, Jefferson atacou a ministra Carmen Lúcia, referindo-se a ela com palavras de baixo calão.
Por meio das redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro informou que determinou a ida do Ministro da Justiça, Anderson Torres, ao Rio de Janeiro, para acompanhar o andamento do que considerou um lamentável episódio. Já Torres escreveu que o ministério “está todo empenhado em apaziguar essa crise, com brevidade, e da melhor forma possível”.
Em vídeos gravados dentro de sua casa, Jefferson mostra, por meio da câmera de segurança, a chegada dos policiais à entrada de seu terreno e diz que vai “enfrentá-los”. Em um segundo vídeo, o político exibe a viatura da PF com o para-brisa baleado e diz que houve troca de tiros.
Fora de sua casa, Jefferson filmou outro vídeo em que afirma que “não atirou em ninguém para pegar”. “Atirei no carro e perto deles”, disse ele, acrescentando que não vai se entregar.