sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Após aumento do diesel, Bolsonaro demite ministro de Minas e Energia

"Vocês não podem, ministro Bento Albuquerque, e senhor José Mauro, da Petrobras, não podem aumentar o preço do diesel", já havia advertido o presidente em live semanal
O agora ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque e o Presidente Jair Bolsonaro em recente evento do governo

Irritado com o aumento do diesel combustível, anunciado na segunda-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro (PL) demitiu o ministro das Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque. O substituto foi indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes e assumiu a pasta o economista Adolfo Sachsida, 49 anos, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, conforme publicado na edição desta quarta-feira (11), no Diário Oficial da União.

Oficialmente, no entanto, Bento Albuquerque saiu do cargo “a pedido”, como é praxe nesses casos. Na realidade, o agora ex-ministro se inviabilizou no cargo porque discordava de Bolsonaro a respeito de pressionar a Petrobras a segurar as altas de preços dos combustíveis.

Nesta semana, a estatal aplicou um aumento de 8,9% no preço do diesel nas refinarias. O valor médio por litro passou de R$ 4,51 para R$ 4,91. O mais recente reajuste tinha sido feito há 60 dias, em 11 de março, quando a empresa aumentou o preço do combustível em quase 25%.

A decisão da petroleira impacta diretamente a taxa de inflação ao desorganizar a economia e a recuperação dos empregos, além dos planos de Bolsonaro se reeleger em outubro.

Em live semanal, Bolsonaro advertiu sobre o aumento

O agora ex-ministro Bento Albuquerque foi advertido nominalmente na live semanal do presidente, na última quinta-feira (5), dias antes do aumento do preço do diesel combustível. Bolsonaro, irritado, disse que os lucros da Petrobras são um “estupro” e fez um apelo para que a estatal não anuncie novos reajustes nos preços dos combustíveis. “O Brasil, se tiver mais um aumento de combustível, pode quebrar”, disse o presidente.

“Vocês não podem, ministro Bento Albuquerque, e senhor José Mauro, da Petrobras, não podem aumentar o preço do diesel. Não estou apelando, estou fazendo uma constatação levando-se em conta o lucro abusivo que vocês têm. Vocês não podem quebrar o Brasil. É um apelo agora: Petrobras, não quebre o Brasil, não aumente o preço do petróleo. Eu não posso intervir. Vocês têm lucro, têm gordura e têm o papel social da Petrobras definido na Constituição”, criticou Bolsonaro na mesma live.

Não deu outra. Na segunda, a estatal anunciou um aumento, mesmo registrando um lucro líquido de R$ 44,5 bilhões no 1º trimestre de 2022. O montante foi 3.718% maior do que o do mesmo período de 2021, de R$ 1,17 bilhão. Levantamentos apontam a Petrobras com lucro líquido de 50%, quando o praticado pelas concorrentes internacionais não supera 25%.

Perfil do novo ministro

O novo comandante do Ministério da Minas e Energia, Adolfo Sachsida, 49 anos, é chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia. Com doutorado em Economia pela UnB (Universidade de Brasília) e pós-doutorado pela Universidade do Alabama (EUA), foi professor da Universidade do Texas.

Também é advogado especializado em Direito Tributário. Foi técnico de Planejamento e Pesquisa da Carreira Pública pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e escreveu diversos livros e outras publicações sobre política econômica, monetária e fiscal, avaliação de políticas públicas e tributação.


A Petrobras está sob o guarda-chuva do Ministério das Minas e Energia, porque a União é o acionista majoritário da estatal.

 

 

 

 

 

Com informações do Blog Zé Dudu