sábado, 4 de maio de 2024

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Após gastar com remédios ineficazes, Bolsonaro cancela compra de vacina contra covid-19 por falta de testes

Presidente se referiu, de forma pejorativa, à vacina "chinesa", apesar de estar sendo feita em parceria com o instituto Butantan, que é brasileiro. Possível briga política com Doria motivou o cancelamento.
(Reprodução: Twitter de Helder Barbalho)

Menos de 24 horas após o Ministério da Saúde anunciar, em reunião com governadores, que iria comprar 46 milhões de doses da vacina contra covid-19, que está sendo desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, o presidente Jair Bolsonaro cancelou a compra. Inicialmente, foi uma conversa por mensagens e então se pronunciou no Twitter.

Nesta terça-feira (20), vários governadores saíram do encontro com o Ministério da Saúde esperançosos com a promessa de vacinas já no primeiro semestre de 2021. A vacina Sinovac-Butantan, chamada de CoronaVac, seria incluída no Plano Nacional de Imunização (PNI). O próprio governador Helder Barbalho postou foto com as vacinas no Twitter dele.

Até este momento, a CoronaVac é vacina mais adiantada na fase de testes. Está concluindo a fase 3 (última de testes em humanos) e foi a que apresentou as reações adversas mais leves: um pouco de fadiga e dor no local da aplicação. Os testes estavam sendo feitos em São Paulo, com autorização do governador João Doria.

LEIA A HISTÓRIA ORIGINAL DA COMPRA, EM FATO REGIONAL:

Governo Federal confirma compra de 46 milhões de doses de vacina contra o coronavírus

O racha político entre Doria e Bolsonaro, que chegaram a fazer campanhas juntos com o lema “Bolsodoria”, é apontado como uma das possíveis causas para o cancelamento da compra. Outra possibilidade seria que o presidente estivesse dialogando com o nicho eleitoral dele, que alimenta um sentimento xenófobo pela China, que tem um governo “comunista” (apesar de bem distante dessa corrente política). No tweet em que disse que não faria a compra, ele cita o governador paulista diretamente.

Para justificar o cancelamento da compra das vacinas, Bolsonaro disse que “o povo brasileiro não seria cobaia” para uma vacina que “sequer ultrapassou sua fase de testagem”. Cabe ressaltar que, durante o pico da pandemia, ela foi defensor de hidroxicloroquina, da azitromicina e da ivermectina para tratamento. Todos são comprovadamente ineficientes contra a covid-19.


No mesmo dia em que Bolsonaro desautoriza a compra da vacina, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, é diagnosticado com covid-19.

(Victor Furtado, da Redação Fato Regional)