O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu seu discurso no ato das centrais sindicais na praça Charles Müller, em São Paulo, neste domingo, 1º de maio, com um pedido de desculpas aos policiais por um comentário que o petista fez no dia anterior.
Durante um evento com mulheres na Brasilândia, na zona norte de São Paulo, no sábado (30), Lula disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “não gosta de gente, gosta de policial”.
Ao iniciar seu discurso no ato das centrais em referência ao 1º de Maio, Dia do Trabalhador, o petista se desculpou pela fala.
“Quando eu estava fazendo discurso, eu queria dizer que Bolsonaro só gosta de milícia, não gosta de gente, e eu falei que ele só gosta de polícia, não gosta de gente. Quero aproveitar para pedir desculpas aos policiais deste país, porque muitas vezes eles cometem erros, mas muitas vezes salvam muita gente do povo trabalhador. E temos que tratá-los como trabalhadores desse país”, disse Lula.
Na sequência, o ex-presidente voltou a cobrar um pedido de desculpas daqueles que o acusaram na época da Operação Lava Jato, citando o parecer do Comitê de Direitos Humanos da ONU, publicado nesta semana, que concluiu que o petista teve os direitos políticos violados.
“Eu queria pedir desculpa, junto a vocês, porque nesse país não é habitual pedir desculpa. Eu, por exemplo, estou esperando há seis anos as pessoas que me acusaram o tempo todo me peçam desculpas. Só peçam desculpas”, disse.
“Peçam desculpas às mulheres e crianças que ficaram meses e meses ouvindo eles me xingarem. Na hora que minha inocência é provada, e nessa semana, que a ONU publica o relatório dizendo que eu fui vítima da sacanagem de um ministro, eles devem começar a pedir desculpas, porque é assim que a gente vai reestabelecer o jeito gostoso de fazer política nesse país”, acrescentou Lula.
“Portanto, eu escolhi o meio dos trabalhadores para pedir desculpas aos policiais que ficaram ofendidos com o que eu falei ontem”, concluiu o petista.
O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou na quinta-feira (28) a conclusão de um julgamento que apontou que o ex-juiz Sergio Moro foi parcial no âmbito da Operação Lava Jato ao julgar os processos contra Lula. Moro nega a crítica.
Segundo a decisão do Comitê da ONU, Lula também teve seus direitos políticos violados em 2018 após ter sido impedido de participar das eleições presidenciáveis naquele ano.
Com informações da CNN Brasil