domingo, 24 de novembro de 2024

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Apreensão histórica de drogas no Pará tem impacto direto nas organizações criminosas

Polícia Civil interage com outros órgãos para continuar o combate ao tráfico e à comercialização de entorpecentes
O delegado-geral Alberto Teixeira disse que a investigação vai avançar usando tecnologias disponíveis - Foto: Marcelo Seabra (Ag. Pará)

Nesta quinta-feira (20), a Polícia Civil incinerou mais de duas toneladas de cocaína, o equivalente a R$ 60 milhões. A grande quantidade de droga estava armazenada em um sítio na Ilha de Mosqueiro, distrito de Belém. A apreensão, pelas polícias Civil e Militar do Pará, coloca as investigações de combate ao tráfico de drogas em outro patamar, no qual a região conhecida pelo trânsito de entorpecentes para outros estados e países, passa a ter indícios de estoque.

Combate às organizações criminosas, à atuação de milícias e ao tráfico de drogas são as três diretrizes de trabalho da Polícia Civil desde o início do atual governo. O combate à comercialização de entorpecentes é destaque neste contexto, por ser fonte de renda às organizações criminosas e agregar outros crimes, como homicídios, roubos, furtos e corrupção de agentes públicos, além de todo o impacto familiar inerente à desestruturação causada pela dependência ou pela atuação como traficante.

O ataque ao tráfico de grande, médio e pequeno porte é desenvolvido pelo Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), com apoio das diretorias de Polícia Metropolitana e do Interior. De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Alberto Teixeira, o órgão tem passado por transformações na gestão operacional e administrativa, que viabilizam o engajamento de todo o corpo técnico na estratégia. “Há uma comissão permanente operacional envolvendo várias diretorias, que se reúne de forma reiterada, apresentando relatórios, para que possam estudar a criminalidade e trocar informações. O crime não é isolado, mas não havia interação”, acentuou o delegado-geral.

Mobilização – A Operação Narcos II, que resultou na apreensão de um volume histórico de drogas no Pará, ajuda a investigação a identificar não apenas o destino, mas a origem da droga. O delegado Alberto Teixeira destacou que, de uma operação rotineira, se chegou a uma organização criminosa. “Era um domingo, dedicação deles com o apoio da Guarda Municipal, mas que foi necessário mobilizar outras frentes para dar suporte e dar continuidade nos outros dias. O acesso por terra era muito ruim e pedimos apoio à Marinha para levar por via fluvial”, acrescentou Alberto Teixeira.

A prisão de um dos acusados indicou que o tráfico local seria abastecido no domingo, com a distribuição de oxi, um dos entorpecentes derivados da cocaína. O crack é outra droga preparada a partir da cocaína. De acordo com a Polícia Civil, o Estado de São Paulo poderia ser um dos destinos do material apreendido, devido ao alto consumo. “O inquérito será concluído, o flagrante foi lavrado. Agora vamos qualificar, dar o suporte que a administração tem, para que essa investigação possa avançar de uma forma mais preparada, usando nossos meios e tecnologias”, explicou o delegado.


A apreensão da droga, já incinerada, coloca o combate ao tráfico de drogas em outro patamar – Foto: Pedro Guerreiro (Ag. Pará)

Alberto Teixeira disse ainda que a incineração tem um valor simbólico, que vai além da destruição do material. “A apreensão é importante de várias perspectivas, seja pela quantidade de vidas que serão salvas e crimes que deixarão de ocorrer, diminuição do mal social nas famílias de dependentes químicos. Mostrou a honestidade dos homens que trabalharam na operação. Indica à sociedade como levamos a gestão pública por uma razão imprescindível, a dignidade, e tudo o que isso representa”, afirmou.

 

 

Fonte: Agência Pará