quinta-feira, 10 de outubro de 2024

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Apyterewa: prefeito João Cleber e deputado Torrinho voltam a Brasília para discutir processo de desinstrusão

João Cleber e Torrinho dizem que o acordo feito em Brasília com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, foi quebrado porque não estaria sendo feito o recadastramento dos cerca de 2 mil produtores rurais da área
O prefeito João Cleber e o deputado estadual Torrinho voltam a Brasília em busca de garantias de que os produtores rurais não serão expulsos de forma arbitrária e sem qualquer solução ou indenização da TI Apyterewa (Foto: Fato Regional)

O processo de desinstrusão da terra indígena Apyterewa foi retomado nesta segunda-feira (2), em São Félix do Xingu, no sul do Pará. No entanto, de uma forma diferente do acordado com o prefeito João Cleber (MDB) e deputado estadual Torrinho Torres (Podemos) junto à Casa Civil do Governo Federal. Eles voltam a Brasília para rediscutir o processo e garantir que os cerca de 2 mil produtores rurais não sejam expulsos de forma dramática e sem qualquer indenização ou espaço de realocação.

João Cleber afirma que na reunião com o Governo Federal, o acordo é de que antes da desinstrusão, seria feito um recadastramento social dos produtores. Para ele, o acordo foi quebrado quando ele retornou a São Félix do Xingu e viu a movimentação de comboios da Polícia Federa, do Exército e da Força Nacional, entre outros órgãos. A nova visita a Brasília tem o objetivo de sensibilizar o Governo Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF).

“Na Apyterewa tem pessoas trabalhadoras, guerreiras e eu, como gestor, não posso aceitar que um processo tão complexo como esse seja feito de qualquer maneira. Vamos tentar conversar com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, e com o Governo Federal. Não somos contra decisão da justiça, mas sim contra a forma que está sendo feito. Vou defender as pessoas trabalhadoras do nosso município, para além dessa crise já existente na pecuária”, declarou o prefeito João Cleber.

O deputado Torrinho reforçou que na no dia 28 de setembro houve uma reunião em Brasília, com a presença do governador Helder Barbalho (MDB); do secretário de Segurança Pública, Ualame Machado; e do presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Bruno Kono. A comissão foi recebida pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que foi quem garantiu o recadastramento antes da retirada de qualquer produtor rural da área.

Torrinho defende um novo estudo da área, destinando 260 mil hectares aos produtores rurais, dos atuais 774 mil hectares da área da Apytrerewa, deixando todo o resto para os indígenas (Foto: Fato Regional)

 

“Decisão judicial não podemos deixar de cumprir. Mas antes é preciso esse recadastramento para saber quem são os pequenos, médios e grandes produtores. Os pequenos precisam de um lugar para ir e os grandes de indenização. O que não dá é confundir o trabalhador de boa-fé com quem está cometendo crimes ambientais, como desmatamento e garimpo. O produtor rural precisa de respeito por produzir alimento para o Pará, Brasil e mundo. Essas pessoas precisam ser defendidas”, disse Torrinho.

O parlamentar diz que o objetivo é buscar uma conciliação entre os produtores rurais e os indígenas, garantindo uma solução benéfica para todos e resguardando os direitos dos povos originários. Torrinho volta a defender um novo estudo da área, que atualmente está sendo medida em 774 mil hectares. Dessa área, ele garante que 260 mil hectares seriam suficientes para os produtores e a etnia Parakanã continuaria com mais do que o dobro do território destinado à agropecuária de São Félix do Xingu.

“Naquela área, os indígenas não são originários. Eles começaram a ocupar o que hoje é a Apyterewa após saírem de Tucuruí e Pacajá. Não entraríamos numa discussão dessas sem a certeza disso e por isso defendemos um novo estudo. É uma área que começou com 270 mil hectares, chegou a 1 milhão e foi reduzida a 774 mil hectares. Precisamos resguardar o patrimônio dos produtores. Não dá para expulsá-los sem qualquer apoio ou indenização apenas porque a área é considerada indígena e não pode mais usar”, concluiu o deputado estadual.

(Da Redação do Fato Regional)


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