O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), defendeu nesta terça-feira (10) o andamento das reformas administrativa e tributária ainda em 2022, e disse que vai manter os dois projetos na pauta do dia.
“As reformas continuarão na pauta do dia. Nós temos que entregar a reforma administrativa, que está pronta na Comissão e precisa do apoio de todo empresariado brasileiro”, destacou Lira em um evento com empresários nos Estados Unidos.
Reformas estruturantes dificilmente passam em anos de eleição, deixando este trabalho ainda mais difícil. Junto a isso, o presidente da Câmara pontuou que falta apoio do governo federal para que elas sejam aprovadas.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), em janeiro, afirmou que gostaria que a reforma administrativa avançasse no Congresso em 2022, mas ponderou que o período eleitoral pode dificultar este processo.
“Nesses anos onde existem as eleições para presidente, para senadores e para deputados também, são anos difíceis, não tem negociação. O parlamentar, no final das contas, ele vê onde é que ele vai pagar o preço com aquele voto contrário ou favorável à tal proposta”, destacou o presidente.
Um levantamento considerando as três últimas eleições revela que o número de projetos aprovados na Câmara é menor em anos eleitorais quando comparado ao primeiro ano de legislatura. A exceção foi 2018, quando Michel Temer não concorria à reeleição, avançando a agenda de reformas sem medo de desgaste.
Carlos Pereira, cientista político e professor da FGV, compartilha a visão de que os candidatos não querem “arcar com os custos políticos no ano em que o pescoço dele está em prêmio”.
“Quanto mais tempo ele aloca em Brasília, na atividade parlamentar propriamente dita, ele compromete a sua estratégia de reeleição”, destaca.
Mesmo com um cenário adverso, Arthur Lira acredita que as pautas podem ter avanço em 2023, pois avalia que, após as eleições, manterá o tamanho de sua base de influência, que conta, hoje, com quase 300 deputados.
Ele crê ainda que, independentemente de quem vença as eleições presidenciais, o Congresso continuará de centro-direita, liberal e reformista.
Porém, Pereira entende, neste caso que “nenhuma força política será majoritária no próximo Congresso”.
“Requer que o novo presidente seja hábil o suficiente para construir uma coalizão majoritária capaz de dar suporte a essa agenda de reformas que o próximo presidente necessariamente terá que enfrentar, independente de quem venha a ser o eleito”, coloca.
Com informações da CNN Brasil