A CPI da Pandemia começou a atuar no Senado Federal. Omar Aziz (PSD-AM) é o presidente da comissão parlamentar de inquérito e tem como vice o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Renan Calheiros (MDB-AL) é o relator, após superar uma tentativa judicial de afastá-lo da relatoria. A primeira grande decisão da CPI já foi tomada: o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, primeiro ministro da saúde do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), será o primeiro a ser ouvido pelos senadores. A oitiva foi marcada para terça (7).
Mandetta, além de ter sido o primeiro ministro da saúde, acompanhou várias etapas do começo da desastrosa condução da gestão de crise da pandemia de covid-19 no Brasil. Em meio ao caos instalado no país, foi substituído por Nelson Teich, que ficou menos tempo ainda no comando da pasta. O general Henrique Pazuello assumiu em seguida. Atualmente, o cardiologista Marcelo Queiroga é ministro. Teich, Pazuello e Queiroga devem ser convocados futuramente. Assim como o presidente e o vice-presidente, Hamilton Mourão.
Se antecipando à crise que a CPI iria gerar no governo, a Casa Civil preparou um roteiro para possíveis 23 acusações que a CPI deve levantar. Entre elas, a defesa de medicamentos sem comprovação científica para tratamento da covid-19 (cloroquina, azitromicina e ivermectina); demora na compra e erros na logística das vacinas; crise de oxigênio medicinal e falta de medicamentos do “kit intubação”; entre outras.
Na próxima quinta (29), os senadores membros da CPI voltam a se encontrar, para discutir o plano de trabalho.
Confira algumas declarações dos líderes da CPI da Pandemia no Senado
“Mais que apontar culpados, a sociedade espera soluções práticas para a vacinação, falta de oxigênio, de kits hospitalares, medicamentos, UTIs e EPIs. Esta CPI será diferente de todas que vocês já viram, porque pesquisas mostram que é a CPI que está praticamente na casa de todos os brasileiros”, afirmou Omar Aziz, presidente da CPI da Pandemia.
“Foi uma contribuição importante do governo para ajudar nas investigações. Aponta alguns aspectos que estarão em nosso plano de trabalho, e a questão dos povos indígenas, que estava passando ao largo. O roteiro da Casa Civil é uma colaboração para as investigações, e talvez seja necessário e de bom tom solicitarmos oficialmente este roteiro”, declarou Randolfe Rodrigues, sobre o roteiro de defesa do governo Bolsonaro.
“A CPI investiga se por ação, omissão, desídia ou irresponsabilidade alguém colaborou para que a matança avançasse. Vamos apurar, mas com critérios. Só valerão provas efetivas. Não vamos condenar por convicção ou fazer power points contra ninguém”, assegurou Renan Calheiros
(Victor Furtado, da Redação Fato Regional, com informações da Agência Senado)
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