sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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ASSISTA: Policiais civis agridem mulheres em embarcação no Pará. Governo afastou agentes.

Tapa, puxão de cabelo, ofensas verbais e arma em punho foram algumas das agressões sofridas. A mulher, que foi a principal vítima, ainda foi coagida, dentro da delegacia, a pedir desculpas e gravar um vídeo.
Policiais, testemunhas e a mulher agredida, na delegacia, onde ela ainda teve de gravar um vídeo pedindo desculpas por ter sido agredida. (Foto: Reprodução)

Três policiais civis agrediram uma mulher dentro de uma embarcação, no arquipélago do Marajó, nesta quarta-feira (16). O caso ocorreu no porto de Breves. A truculência foi filmada por passageiros. Todos os vídeos ganharam as redes sociais, sobretudo o Twitter, onde os perfis do governador Helder Barbalho, do Governo do Pará e da Polícia Civil foram marcados. A resposta foi imediata e resultou no afastamento dos servidores, além de abertura de processos contra eles.

Nos vídeos, a mulher não esboça qualquer reação ou desrespeito. Mesmo assim, é ameaçada por um dos policiais com arma em punho. Argumenta que não estava fazendo nada de mais e que só havia pedido licença a uma moça, que colocou a rede perto demais dela. É obrigada a sair da embarcação em menos de dois minutos, sob ameaça de prisão. Mesmo sem nem questionar, ela volta a tentar conversar. O policial diz “foda-se a sua história” e diz que ele precisa ser obedecido. A mulher recebe um tapa e é puxada pelos cabelos para fora da embarcação.

Uma amiga e uma irmã da mulher, que estava fazendo tratamento fora de domicílio (TFD e ela estava se deslocando para Belém), também são agredidas verbalmente e ameaçadas. Imploram e gritam por socorro, para o policial parar. Mas história toda vai parar na delegacia.

Pelo Twitter, a filha da mulher agredida relata que moça que colocou a rede perto demais da mãe dela, seria namorada do policial. A vítima só pediu para a moça não deixar a rede tão próxima por conta de aglomerações e não ficar tão apertado. Uma realidade das embarcações paraenses superlotadas em contexto de pandemia de covid-19. A moça então agrediu a mulher. Ela tentou se proteger e o policial interveio já com arma na mão. A vítima está doente e nem conseguia esboçar reação.

Confira o relato completo pelo Twitter

Na delegacia, a mulher ainda é coagida a gravar um vídeo e ainda pede desculpas ao policial, ainda que tenha dito que foi agredida e constrangida de várias formas. Isso simplesmente é permitido dentro da unidade policial, sem nenhuma intervenção das autoridades.

Em nota publicada também no Twitter, a PC lamentou o ocorrido e garantiu a abertura de procedimentos contra todos os policiais envolvidos. Além do afastamentos, foram removidos dos locais de atuação.

Também pelo Twitter, o governador manifestou solidariedade às vítimas e famílias, além da responsabilização imediata dos policiais.


A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) convocou uma entrevista coletiva para explicar o caso.

(Victor Furtado, da Redação Fato Regional)