Nesta semana, foi publicada pela Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) uma atualização da tabela com os pisos mínimos de frete. Conforme disposto na Lei 13.703/2018, os preços devem ser reajustados sempre que o valor do óleo diesel tiver oscilação superior a 10%. Como a variação do produto foi de 10,69% desde a última tabela, publicada em janeiro, portanto, o reajuste médio do frete estabelecido pela agência foi de 4,13%. A mudança é um dos pontos do acordo firmado entre o governo e os caminhoneiros.
Segundo o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros (Sindicam), Eurico Tadeu, os valores antigos já estavam defasados, especialmente por conta dos aumentos no preço do diesel – no último dia 17, a Petrobras anunciou alta de 4,8% no preço do diesel nas refinarias. “Será uma mudança que já estava prevista em lei, mas não estava sendo cumprida. O reajuste é muito bom para a categoria. Quem dirige mais, por mais quilômetros e mais tempo, também ganha mais. Mas não será positivo só para o setor, também para a sociedade. Como alguns estados ainda não pagavam o piso mínimo, havia muita sonegação de imposto. O cumprimento da tabela garante mais transparência”, explicou ele.
Eurico ainda adiantou que as próximas reivindicações da categoria são sobre o ponto de parada para descanso e a fiscalização para o cumprimento do que já foi estabelecido sobre o piso mínimo do frete. “Até o dia 1º de maio deve ser publicado o convênio do governo federal com a ANTT para fiscalizar o cumprimento desses preços de frete. Com essa parceria, resolveremos essa questão de algumas empresas cumprirem as regras e outras não. Será a mesma coisa para todos”, disse.
Supermercados
O reajuste do frete para os caminhoneiros também atinge a população de outras formas: no bolso. De acordo com o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, o repasse no preço dos alimentos deve ser na margem de 0,2%. “Infelizmente terá impacto para os consumidores. Qualquer aumento, seja de custo, frete, energia, salário, atinge a população, então teremos que repassar. Da mesma forma, se houver qualquer queda também reduzimos os preços. Mas o frete é apenas um dos componentes, então será uma alta pequena, e ainda não há previsão do repasse. Agora que foi autorizado, a medida ainda deve levar um tempo para ser seguida. Só repassaremos quando os produtos de outras regiões começarem a chegar aqui no Estado”, adiantou o especialista.
Fonte: OLIBERAL.COM