domingo, 8 de dezembro de 2024

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Autoridades encontram áreas desmatadas, invasões e garimpos ilegais em terra indígena no sudeste paraense

Lideranças indígenas Xikrin haviam denunciado ameaças de morte e queimadas dentro de Terra Indígena Trincheira-Bacajá.

Autoridades sobrevoaram, nesta quarta-feira (28), a Terra Indígena Trincheira-Bacajá, área protegida onde o Ministério Público Federal (MPF) apontou riscos de ataques a indígenas Xikrin, entre os municípios de Altamira, Anapu e São Félix do Xingu, no sudeste do Pará. Foram encontradas áreas desmatadas no interior da terra indígena, invasões com lotes e casas e garimpos ilegais. O território é um dos atingidos pela usina hidrelétrica Belo Monte, segundo o MPF.

O MPF informou que o voo de reconhecimento teve presença de militares da Marinha, Exército, da Força Nacional e agentes da Polícia Federal (PF), além do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

Segundo o MPF, as “invasões são um problema previsto nos estudos de impacto da hidrelétrica de Belo Monte, por causa do grande contingente populacional que atraiu para Altamira e cidades do entorno”. Por isso, o Ibama determinou a instalação de um sistema de proteção territorial para proteger os indígenas, no licenciamento dado à concessionária Norte Energia, antes do início das obras, em 2012.

O sistema foi instalado em 2017, de acordo com o MPF, e monitora as invasões. No entanto, segundo o órgão, há poucos servidores e equipamentos no Ibama e na PF da região, o que impede a retirada dos invasores.

Indígenas denunciam ameaças de invasores

Na segunda-feira (26), lideranças Xikrin registraram a denúncia em Altamira. Segundo o grupo, cerca de 300 invasores, fortemente armados, construíram casas dentro da reserva e estão fazendo queimadas e ameaçando de morte as lideranças.

A procuradora da República Thais Santi disse, em ofício, que os indígenas chegaram a ir pessoalmente exigir a saída dos ocupantes, após perceberem fumaças na região. “(Os indígenas) Relataram que está se consolidando uma ocupação, com desmatamento, abertura de pastagens e construção de moradias com roças”, informou.

Fonte: G1 Pará