Nesta quarta-feira, 14, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a retirada das tropas americanas do Afeganistão até o dia 11 de setembro, dia em que celebra-se o 20º aniversário dos ataques terroristas de 2001, responsáveis pela destruição das Torres Gêmeas, em Nova York, e deixaram 2.996 mortos.
A decisão já estava sendo avaliada por Biden e seus assessores há meses. O anúncio coloca um fim simbólico à guerra mais longa da história americana. Esta foi a primeira grande decisão de Biden diante às Forças Armadas dos Estados Unidos que atuam no exterior.
“Eu sou agora o quarto presidente dos Estados Unidos a presidir a presença de tropas americanas no Afeganistão. Já foram dois republicanos, dois democratas. Não vou passar essa responsabilidade para um quinto”, disse Biden, em pronunciamento nesta quarta. “É hora de encerrar a guerra mais longa dos EUA. É hora das tropas americanas voltarem do Afeganistão”, concluiu.
De acordo com o presidente americano, o processo de retirada das tropas terá início no dia 1º de maio. “Os EUA começarão a retirada em 1º de maio deste ano. Não vamos nos precipitar para sair. Faremos isso de maneira responsável e segura, em total coordenação com nossos aliados que agora têm mais forças no Afeganistão do que nós”, disse Biden.
Em março, Biden não garantiu que cumpriria o prazo de 1º de maio estabelecido no governo Trump, para a retirada dessas tropas, mas garantiu em sua primeira coletiva como presidente que as tropas dos Estados Unidos não permaneceriam no Afeganistão no próximo ano.
Mesmo diante da decisão, Biden ressaltou que os EUA continuarão alerta para possíveis novas ameaças terroristas. “Vamos reorganizar nossa capacidade de contraterrorismo para evitar o ressurgimento da ameaça terrorista. Vamos responsabilizar o Talibã por seu compromisso de não permitir que nenhum terrorista ameace os Estados Unidos ou seus aliados em solo afegão. O governo afegão também assumiu esse compromisso.”
O democrata citou a China e a possibilidade de uma nova pandemia, e afirmou que os EUA devem se concentrar em outras prioridades. “Temos que rastrear e desmantelar as redes e operações terroristas que se espalharam muito além do Afeganistão desde 11 de setembro. Precisamos apoiar a competitividade americana para enfrentar a dura competição com a China”, disse. “Temos que derrotar esta pandemia e fortalecer os sistemas globais de saúde para nos prepararmos para a próxima, porque haverá outra pandemia”, completou.
Riscos
Com a decisão de definir um prazo para a retirada das tropas traz riscos, uma vez que comandantes militares de alto escalão defendem a permanência das tropas americanas no país sob argumento que uma retirada prematura pode levar ao colapso do governo afegão.
Com informações da CNN