O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não vai mais prestar depoimento no inquérito que investiga uma suspeita de interferência na Polícia Federal. A decisão foi informada nesta quinta-feira (26), pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O inquérito foi aberto em abril, a partir das denúncias feita pelo ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro. Moro, que era uma das estrelas do governo Bolsonaro, pediu demissão após se se sentir constrangido, em uma reunião, em que o presidente estaria tentando interferir na PF para proteger familiares e aliados políticos.
A informou que o presidente decidiu “…declinar do meio de defesa que lhe foi oportunizado unicamente por meio presencial no referido despacho”, em relação ao depoimento. O governo tentava autorização para que Bolsonaro pudesse apresentar depoimento por escrito, em vez de comparecer presencialmente.
Desde 17 de setembro, justamente por conta da indefinição sobre o depoimento do presidente, o inquérito estava paralisado. Em 11 de setembro, antes da aposentadoria do ministro Celso de Mello, que era o relator do caso, ele havia dito que o presidente deveria depor pessoalmente, ainda que ficasse em silêncio.
Após o comunicado se tornar público, o advogado Rodrigo Sánchez Rios, da defesa de Sérgio Moro, divulgou uma nota dizendo que “A defesa do ex-ministro Sergio Moro recebe com surpresa o declínio do presidente da República de atender à determinação para depor em inquérito no qual é investigado. A negativa de prestar esclarecimentos, por escrito ou presencialmente, surge sem justificativa aparente e contrasta com os elementos reunidos pela investigação, que demandam explicação por parte do presidente da República.”.
(Da Redação Fato Regional, com informações do G1 e do Metro1)