O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (22) que convidará diplomatas de outros países para conhecer a floresta amazônica. E então fez uma declaração ausente de verdade: disse que os visitantes não veriam “nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada”.
“Estamos ultimando uma viagem Manaus-Boa Vista, ‘onde’ convidaremos diplomatas de outros países para mostrar naquela curta viagem de uma hora e meia, que não verão em nossa floresta amazônica nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada”, declarou, numa cerimônia de formatura do Instituto Rio Branco, no Palácio do Itamaraty.
Nesta quinta-feira (22), em todo o país, as brigadas de incêndios florestais foram suspensas. A medida foi motivada por “indisponibilidade financeira” do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que o número de focos de incêndio registrados na Amazônia, de janeiro a setembro deste ano, foi o maior desde 2010. Há 10 anos, foram 102.409 pontos de fogo na floresta de 1º de janeiro a 30 de setembro. No mesmo período de 2020, foram 76.030.
Outro dado do Inpe é que a Amazônia Legal teve uma área de 964 km² sob alerta de desmatamento em setembro, a segunda maior em cinco anos. As declarações do presidente não se sustentam quando confrontadas com dados de instituições brasileiras.
(Da Redação Fato Regional, com informações do G1)