O Brasil deve chegar vulnerável às reuniões da Cúpula de Líderes do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo. A avaliação é da coordenadora do curso de Relações Internacionais da FAAP, Fernanda Magnotta, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (29).
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desembarcou nesta manhã em Roma, na Itália, para participar dos encontros bilaterais e reuniões do grupo durante o final de semana.
Para a professora, a agenda temática do G20 “não é uma boa notícia” para o Brasil porque “os temas que o mundo considera mais relevantes são os temas que temos mais sensibilidade”. “Tem sido consenso que o Brasil chega vulnerável neste encontro”, disse Fernanda.
Temas como a ampliação de acesso à imunizantes contra Covid-19, a capacidade de produção dos países em desenvolvimento, a defesa do livre comércio e o ataque aos programas de subsídios de países na área agrícola devem estar na pauta do Brasil, segundo a especialista.
Segundo ela, o Brasil também deve abordar temas como fontes renováveis de energia, a redução de emissão de carbono e defender a ideia de que o país é uma economia “pujante, imbuído da ideia de atrair investimentos”.
No entanto, apesar da agenda propositiva, o Brasil pode ser confrontado com os dados da realidade, avalia a professora. “Se de um lado temos a agenda oficial, por outro lado chegamos vulneráveis porque chegamos confrontados com os dados da realidade”, diz Fernanda Magnotta.
“O Brasil vai falar sobre pandemia e Bolsonaro é o único líder entre os 20 que não se vacinou. Vai falar sobre competitividade, mas não está disposto a debater cláusulas sociais e ambientais. O Brasil quer falar sobre sustentabilidade, mas temos acompanhado os sucessivos avanços de destruição de nossos biomas. Como vamos defender nosso ambiente de negócios com essa crise múltipla e a insegurança jurídica? É um pouco complicada esse relação”, avalia.
Segundo a professora, o Brasil terá poucas reuniões bilaterais durante o encontro. “Está parecendo que ninguém quer sair na foto com o Brasil”, disse.
Fonte: CNN Brasil