O Brasil é o país com o maior número de mortes da população trans. Em 2018, em contextos internacionais, foram registrados 369 casos de homicídios contra pessoas trans e/ou pessoas de gênero diverso (expressão utilizada para referenciar outras pessoas que não se enquadram como pessoas Cis ou Trans). O Brasil disparou em primeiro lugar com 167 casos, seguido por México (71) e Estados Unidos (28).
No Pará, foram registrados sete casos neste mesmo período, empatando com o Paraná no ranking de mortes dessa população nas federações. Já em Belém, foram 3 ocorrências.
Esses e outros números constam no Dossiê 2018 “Diálogos Sobre Viver Trans”, da Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil. O documento faz um monitoramento dos assassinatos e violação dos direitos humanos de pessoas trans no Brasil.
Em todo o material, pessoas trans são mencionadas para representar mulheres transexuais, travestis, homens transexuais e pessoas não-binárias. No entanto, há o esclarecimento de que pode haver inconsistências, pois ainda existem casos não noticiados ou subnotificados.
Na última terça-feira (29), Dia da Visibilidade Trans, a Rede Paraense de Pessoas Trans, em parceria com a Defensoria Pública, apresentou o dossiê para representantes das Secretarias do Estado do Pará e da ONU.
O objetivo foi mostrar para a nova gestão o que pode ser feito para melhorar a vida dessas pessoas, bem como garantir o acesso às políticas públicas, com o intuito de minimizar os casos de violência.
Em 2018, 150 pessoas trans foram vítimas da transfobia no Brasil, em diversos espaços e das mais diferentes formas. Segundo os dados catalogados pela Rede Trans Brasil, no quadro de mortes por mês, fevereiro foi o mais violento, alcançando quase uma pessoa dessa população assassinada por dia.
A região Nordeste teve o maior número de assassinatos e violação de direitos humanos, correspondendo a 39%. Em seguida, aparece o Sudeste (27%), Centro-Oeste (18%), Sul (17%) e Norte (16%).
Já entre os Estados, o maior número de mortes de 2018 ficou em São Paulo, com 14 casos, seguido por Bahia, Ceará e Rio de Janeiro, todos com 13 casos cada um.
Fonte: OLIBERAL.COM