Brasil sai do Mapa da Fome e volta a ser referência mundial em segurança alimentar

A redução da insegurança alimentar no Brasil está ligada também a iniciativas estruturantes como o crédito rural, apoio à agricultura familiar, irrigação e o fortalecimento da produção local contribuíram de forma decisiva.
Foto: Cláudio Veríssimo/MDS

O Brasil voltou a ser referência internacional no combate à fome. O anúncio oficial de que o país está fora do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) foi feito nesta segunda-feira (28), durante a Cúpula dos Sistemas Alimentares, realizada em Adis Abeba, na Etiópia.

A saída do Brasil do mapa representa uma conquista significativa do Governo Federal e é fruto de políticas públicas integradas voltadas à segurança alimentar, combate à pobreza e fortalecimento da agricultura familiar.

O marco foi alcançado com base na média trienal 2022/2023/2024, que colocou o país abaixo do índice de 2,5% da população em risco de subnutrição — limite adotado pela FAO para classificar os países fora do Mapa da Fome.

Políticas públicas integradas e estratégicas

A redução da insegurança alimentar no Brasil está diretamente ligada a uma série de programas implementados nos últimos anos. Entre eles, destacam-se o Bolsa Família e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que asseguram acesso à alimentação e renda para milhões de famílias em situação de vulnerabilidade.

Além disso, iniciativas estruturantes como o crédito rural, apoio à agricultura familiar, irrigação e o fortalecimento da produção local contribuíram de forma decisiva.

Um dos destaques é o relançamento do programa AgroAmigo, em dezembro de 2024, sob coordenação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).
Operado pela Caixa Econômica Federal, o programa já movimentou mais de R$ 100 milhões e tem previsão de alcançar R$ 1 bilhão em 2025.

O objetivo é garantir acesso ao microcrédito rural para agricultores familiares, assentados da reforma agrária, ribeirinhos, pescadores, indígenas e quilombolas.

“O microcrédito é um instrumento decisivo que garante às pessoas participarem do processo de desenvolvimento que o país está passando”, afirmou o ministro da Integração, Waldez Góes.

Resultados expressivos em tempo recorde

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou que, entre 2023 e 2024, o número de pessoas em situação de insegurança alimentar grave caiu 85%.

Segundo ele, o resultado alcançado agora é ainda mais expressivo, considerando que, em ciclos anteriores, o país levou até 11 anos para sair do Mapa da Fome.
“Cumprimos a meta antes do previsto. Agora nosso foco é garantir alimentação digna para 100% da população brasileira e fortalecer a segurança e soberania alimentar”, afirmou.

Fortalecimento da produção local e agricultura irrigada

Outro pilar da estratégia nacional foi o fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) e das Rotas de Integração Nacional, com foco em cadeias produtivas regionais como leite, mel, castanha, pesca artesanal, agroecologia e turismo de base comunitária.

Essas ações promovem o acesso a mercados, organização da produção e geração de renda nas comunidades.

Na área de irrigação, o Governo Federal já implantou 18 polos de Agricultura Irrigada, coordenados pela Secretaria Nacional de Segurança Hídrica.

A meta é explorar o potencial de irrigação em até 53,4 milhões de hectares no país, garantindo a produção contínua de alimentos mesmo em períodos de seca.

“Com irrigação bem planejada, conseguimos produzir mais, com menos desperdício, o ano inteiro. Isso significa comida na mesa do povo, emprego no campo e desenvolvimento nas regiões mais vulneráveis”, afirmou Antônio Guimarães Leite, da Secretaria Nacional de Segurança Hídrica.

Reconhecimento internacional

A conquista brasileira foi celebrada pelo diretor-geral da FAO, Qu Dongyu, que classificou as políticas brasileiras como exemplo para países em desenvolvimento. Após o anúncio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para o dirigente da ONU e reafirmou seu compromisso com a luta global contra a fome e a pobreza.

“Para acabar com a fome, é preciso colocar o povo pobre no orçamento”, declarou Lula. “Sou o homem mais feliz do mundo, mas também sou um soldado da FAO, um soldado mundial contra a fome.”

Em resposta, Dongyu afirmou: “O senhor pode ser um soldado, mas é, na verdade, um comandante-chefe”.

A FAO anunciou que virá ao Brasil em 2026 para conhecer de perto as políticas que levaram o país a esse novo patamar durante o Fórum CELAC, que reunirá países da América Latina e do Caribe.

Novo ponto de partida

Para o Governo Federal, a retirada do Brasil do Mapa da Fome não é o fim de um ciclo, mas o início de uma nova etapa.

A prioridade agora é consolidar os avanços, garantir a universalização do acesso à alimentação adequada e fortalecer as redes locais de produção e distribuição de alimentos.

O Plano Brasil Sem Fome, que articula ações entre ministérios, estados e municípios, é o eixo central dessa política.

(Da Redação do Fato Regional, com informações da Secom/Governo Federal).


Siga o Fato Regional no Facebook, no Instagram e no nosso canal no WhatsApp!


<a href=”https://api.whatsapp.com/send?phone=559491355604&amp;text=Ol%C3%A1″>
<img class=”aligncenter size-full wp-image-105103″ src=”https://fatoregional.com.br/wp-content/uploads/2025/02/ANUNCIE-AQUI-SITE.png” alt=”” width=”4961″ height=”460″ /> 

Leia mais