O número de casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus no Brasil saltou para 132 nesta quinta-feira, contra 20 na véspera, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, que acrescentou que levando em conta as notificações ainda não analisadas pela pasta, o número pode se aproximar de 300.
“Mas este número de 132 precisa de uma correção, ele não é definitivo. É muito maior do que 132, Pessoal trabalhou até agora ao meio-dia, pegando informações dos Estados, consolidou e fechou esse número de 132 casos suspeitos. Só que nós ficamos com 213 notificações que ainda não foram analisadas pela nossa equipe”, explicou Gabbardo em entrevista coletiva em Brasília.
O secretário disse que, dessas 213 notificações, todas ou parte delas podem tornar casos suspeitos.
“Não dá para fazer uma projeção de quantos desses 213 vão entrar para o número aqui de suspeitos. Mas dá para a gente avaliar que, na verdade, nós estamos hoje perto de 300 casos suspeitos”, disse Gabbardo.
“O número cresceu muito nessas últimas 48 horas, evidentemente que isso se deve à mudança nos critérios, à inclusão de novos países, ao fluxo migratório importante, significativo, desses países da Europa, principalmente a Itália, a França e a Alemanha… isso fez crescer muito o número de pacientes que nós colocamos aqui como suspeitos.”
O salto no número de casos suspeitos acontece um dia depois de o Brasil confirmar o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus, que teve origem na China, em um paciente de 61 anos de São Paulo que passou um período na Itália, país que já registrou mais de 300 casos de infecção pelo vírus e mais de uma dezena de mortes.
“Nós estamos com duas amostras, desses 132 casos que estão como suspeitos, duas delas já deram negativo no painel de vírus, ou seja, não é por outros vírus, pode ser por corona ou pode ser que nós não possamos identificar. Mas essas duas amostras já estão sendo analisadas pelos nossos laboratórios de referência”, disse Gabbardo.
Mais cedo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse em entrevista coletiva em São Paulo ao lado do governador do Estado, João Doria (PSDB), que a campanha de vacinação contra a gripe será antecipada e começará em 23 de março.
“Ela é uma campanha nacional, e nós definimos que nós trabalharemos para o dia 23 de março, antecipando em 23 dias a data prevista original”, disse Mandetta.
Embora a vacina contra a gripe não proteja contra o novo coronavírus, Mandetta disse que a vacinação será importante para facilitar o diagnóstico de casos de infecção pelo novo coronavírus e para evitar que o sistema de saúde fique sobrecarregado.
A vacina ajudará a diagnosticar a nova doença ao passo que, em pessoas vacinadas, será possível descartar infecção por outros vírus respiratórios cobertos pela imunização.
Dos 132 casos suspeitos contabilizados pelo ministério, 55 estão em São Paulo e 24 no Rio Grande do Sul. Outros 14 Estados também tem casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus, mas todos eles com menos de 10 cada.
No mundo, 80 mil casos de infecção pelo novo coronavírus já foram registrados e mais de 2.700 pessoas morreram. A vasta maioria de casos e de mortes aconteceram na China, onde o novo coronavírus surgiu no final do ano passado, na província central de Hubei, especialmente em sua capital Wuhan.
Fonte: O Liberal, por Reuters