O terceiro dia de buscas por possíveis vítimas da queda da ponte da Alça Viária sobre o rio Moju, no nordeste do Pará, foi iniciado com trabalhos do Corpo de Bombeiros e da Marinha do Brasil, retomados desde as 6h30 desta segunda (8).
Segundo afirmam testemunhas do acidente, ocorrido na madrugada de sábado (6), após o choque de uma balsa com carregamento de dendê contra um dos pilares da ponte, há suspeitas de que dois carros que estariam passando pela ponte caíram no momento do acidente, ocorrido por volta de uma da manhã.
COLETIVA
O governador informou que a navegação noturna no trecho do Rio Moju em que ocorreu o acidente está proibida pela Capitania dos Portos desde janeiro deste ano. Após o acidente, a Capitania proibiu permanentemente a passagem porque a estrutura ainda apresenta riscos às embarcações. Segundo o governador, para evitar os abalroamentos recorrentes nas pilastras da ponte, será providenciado, na reconstrução do trecho da ponte que ruiu, um outro modelo construtivo com apenas dois vãos. Durante o trabalho de reconstrução serão providenciadas balsas para travessia gratuita e uma estrutura suficiente de atendimento às 700 mil pessoas afetadas pelo acidente.
“Nós já contratamos a empresa responsável pela retirada desses escombros e a expectativa é que até quarta-feira os técnicos cheguem a Belém para iniciar a mobilização, para que possa se iniciar também a retirada da embarcação que deu causa a esse sinistro”.
Ainda de acordo com Helder Barbalho, a ideia é aproveitar as duas margens da ponte na reconstrução, ampliando o vão para adequá-lo ao perfil de navegabilidade da área e evitar a ocorrência de novos abalroamentos.
BUSCAS COM SONAR
O governo do Estado ainda não confirma se há vítimas – até porque nenhuma família reclama por desaparecidos até o momento -, mas mantém os trabalhos de buscas. Cerca de 30 militares do Corpo de Bombeiros e 60 da Marinha do Brasil, incluindo mergulhadores, estão nesse momento no local, com oito embarcações.
Uma lancha hidrográfica com sonar está fazendo a varredura do fundo do rio na área do acidente. A expectativa é que o recurso possa ajudar a identificar destroços no rio e localizar os veículos – caso tenha se confirmado mesmo a queda.
A Polícia Civil confirmou que até este domingo (7) não houve procura para registro de possíveis ocorrência de desaparecimentos. O inquérito policial segue com as apurações em sigilo.
APURAÇÃO
Na tarde de hoje, às 15h, o Ministério Público Estadual fará uma coletiva de imprensa sobre a apuração do ocorrido, com o procurador-geral de Justiça, Gilberto Martins.
A ponte sobre o rio Moju é a terceira do conjunto de quatro que integram a Alça Viária, fazendo parte da rodovia PA-483. Com o acidente, 268 metros de pistas e concreto desabaram.
O governo do Estado já anunciou que investirá R$ 100 milhões para reconstruir a ponte, erguida em 2002, ainda no governo de Almir Gabriel. As últimas reformas foram em 2014 (com reinauguração em 2015) e em janeiro passado, quando pilares passaram por manutenção.
Fonte: OLIBERAL.COM