sábado, 7 de dezembro de 2024

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Câncer de cabeça e pescoço: saiba identificar sintomas que costumam ser negligenciados e acendem alerta para doenças

O dia 27 de julho é conhecido como a data mundial de combate ao câncer de cabeça e pescoço, doença que costuma dar muitos sinais negligenciados por pacientes
O autoexame e cuidados básicos previvem o câncer de cabeça e pescoço (Foto: Oncoclínicas)

O câncer de Cabeça e Pescoço inclui tumores que afetam boca, língua, palato, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide e seios paranasais. Por isso é o segundo tipo de câncer mais incidente no Brasil, com estimativa de 39.550 novos casos até o final deste ano, como aponta o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

O dia 27 de julho é conhecido como o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. No Brasil, foi criada há 7 anos a campanha Julho Verde, com os objetivos de chamar atenção para esses tumores. Muitas vezes, há sintomas negligenciados, aumentando casos de diagnóstico tardio. E quanto mais cedo se descobre um câncer, mais chances de cura.

Entre os principais sintomas, como informa a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, estão:

• Aparecimento de nódulo no pescoço
• Manchas brancas ou avermelhadas na boca
• Ferida que não cicatriza em duas semanas
• Dor de garganta que não melhora em 15 dias
• Dificuldade ou dor para engolir
• Alterações na voz ou rouquidão por mais de 15 dias

O consumo excessivo de álcool e cigarro está associado a fatores de risco de câncer (Foto: Divulgação / Via Rádio Itatiaia)

 

Quem fuma e bebe tem chances até 20 vezes maiores de apresentar esse tipo de câncer. A infecção pelo HPV também pode ser a causa da doença. O Ministério da Saúde estima que cerca de 7% da população brasileira, mesmo sem saber, podem ter o vírus HPV na boca.

“Estudos recentes demonstram que a infecção oral pelo HPV é um fator de desenvolvimento do câncer de faringe e de boca. Uma das formas de contágio é por meio da prática do sexo oral sem proteção”, explica a oncologista Paula Sampaio, do Hospital Universitário João de Barros Barreto.

Câncer de cabeça e pescoço afeta funções básicas do dia a dia e tem prevenção simples0

O câncer de cabeça e pescoço afeta diversas áreas e funções do corpo humano, como a respiração, fala, deglutição, paladar e olfato. “O câncer de cabeça e pescoço é mais facilmente tratado se for diagnosticado precocemente. É muito importante lembrar que 50% dos casos são evitáveis e que 80% são curáveis, por isso é importante ficar atento aos sinais e sintomas”, alerta a médica.

Para se prevenir, é necessário manter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, manter sua higiene bucal em dia, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, abandonar o fumo, usar protetor solar e praticar sexo seguro.

A oncologista Paula Sampaio destaca os riscos do HPV para o desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço (Foto: Acervo Pessoal)

 

Fisioterapeuta paraense conta como foi a descoberta do câncer de cabeça e pescoço e tratamento

A fisioterapeuta Priscila Andrade, de 45 anos, descobriu o câncer escovando os dentes. Ela percebeu uma alteração na garganta e procurou logo um médico para investigar. “Logo que percebi a lesão, já fiquei desconfiada. Mas ninguém conseguia ver, tive que insistir para fazer uma laringoscopia que confirmou o diagnóstico, em janeiro de 2022. Fazer o autoexame, conhecer meu corpo, foi fundamental para descobrir o câncer a tempo”, lembra.

No exame, ela descobriu que tinha câncer de garganta com metástase na base da língua. Foram retirados 16 nódulos da garganta e, depois, Priscila passou por quimioterapia e radioterapia. “Como tive uma queda de resistência muito grande, precisei ser internada e conclui o tratamento no hospital. Foi difícil. Tinha dificuldade para respirar e comer. Passei 7 meses me alimentando por sonda. Perdi 23 quilos”, conta. Agora, Priscila está em remissão (sem sinal da doença), fazendo acompanhamento médico.

“Uma das coisas que o câncer ensina é ter persistência e perseverança. Eu fumava muito, desde a adolescência, e tenho um histórico familiar com vários casos de câncer. Também convivo com outras pessoas que fumam. Não tinha como escapar. Por isso, é tão importante as pessoas saberem como o câncer é perigoso, para se cuidarem e prevenirem a doença, ou conseguirem um diagnóstico cedo, para ter mais chances de cura”, relata Priscila.


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(Da Redação do Fato Regional, com informações do CTO)