quinta-feira, 2 de maio de 2024

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Cartilhas da UFPA e Ioepa valorizam cultura de povos tradicionais nas escolas do Pará

Primeira tiragem foi de mil cartilhas e reforça objetivo da Ioepa de interiorizar ações e publicações do órgão
As três primeiras cartilhas somam mil exemplares impressos. (Foto: Agência Pará)

O resgate das tradições e da cultura das populações indígenas e quilombolas da região de Bragança, nordeste do Pará, é o principal foco da série Sabores e Patrimônios Culturais da Amazônia, produzida pelo Grupo de Pesquisas Interculturais Pará-Maranhão (Geipam). O trabalho é da Faculdade de História, do campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) do município de Bragança. A Imprensa Oficial do Estado do Pará, pela Editora Pública Dalcídio Jurandir, fez a entrega de mil exemplares de três cartilhas da série à professora Vanderlúcia da Silva Ponte. Ela explicou que as publicações dão início a um trabalho educativo voltado a professores dos municípios e aldeias indígenas atendidas pelo Geipam e pelos pesquisadores da UFPA.

Os títulos das cartilhas são “Karuwar é espírito – os saberes Tenetehar-Tembé” , “Nessa comunidade que se chama Itamoari – saberes e práticas” e “Nossas raízes – ervas medicinais e territorialidade Tembé”. A professora Vanderlúcia da Silva Ponte contou que as cartilhas foram surgindo a partir de demandas, angústias e lugares de falas do conjunto de aldeias do município bragantino (Sede, Ytuaçu, Piuno’á e Ypuidõ), do quilombo Itamoari e da associação Agitasy.

“Tudo começou com os velhos índios que se sentiram desprezados com a chegada dos remédios, médicos e enfermeiros. Eles sentiam que seu conhecimento ancestral ia se perder. A cartilha ‘Nossas raízes’ faz esse apanhado de conhecimento de erveiras e pajés sobre esse assunto. As outras duas obras também seguem o mesmo princípio de preservar saberes e tradições”, informou Valderlúcia.

Entrega das três primeiras cartilhas foi feita nesta quarta (27) (Foto: Agência Pará)

A professora reforçou a importância da preservação cultural e o impacto na educação que as obras vão causar, já que o material será usado nas escolas públicas e indígenas da região bragantina. “Ainda haverá outras cartilhas, sobre outros aspectos da vida, costumes, arte e cultura dos povos tradicionais que o Geipam convive e trabalha”, anunciou Vanderlúcia da Silva Ponte.

A entrega foi feita pelo presidente da Ioepa, Jorge Panzera, e pelo coordenador da editora, Moisés Alves. O presidente da Ioepa destacou o aspecto de interiorização das ações da Imprensa Oficial, que consolida a filosofia de trabalho da atual gestão do governo do Estado. “A entrega dessas obras nos deixa orgulhosos por reforçar o nosso apoio à produção acadêmica e científica, tornando-as mais acessível ao público em geral. Além disso, a divulgação do trabalho e da cultura dos povos tradicionais também faz parte de nossa política pública de atuação, seja da Ioepa, seja do Governo do Estado”, disse Panzera.


Moisés Alves, da editora da Ioepa, comentou sobre o orgulho em editar a publicação do Geipam. “Sentimo-nos honrados em fazer essa parceria com a Faculdade de História – Campus de Bragança, publicando esse trabalho, que tem uma grande importância para a sociedade paraense, resgatando a história dos costumes, saberes e práticas de populações originárias e tradicionais. Quando falamos de indígenas e quilombolas, para nós da Editora da Ioepa, olhamos com um foco de prioridade esse resgate do patrimônio cultural paraense e da Amazônia”, opinou Moisés Alves.

(Fonte: Agência Pará, com edição de Victor Furtado, da Redação Fato Regional)