O cronograma de entrega dos dois milhões de doses da vacina da AstraZeneca-Oxford-Fiocruz contra a covid-19, que o Ministério da Saúde afirma ter adquirido do laboratório indiano Serum Institute, sofrerá atraso. A informação foi confirmada esta manhã, pelo Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty).
O ministro Ernesto Araújo telefonou para o chanceler indiano Subrahmanyam Jaishankar nesta quinta-feira (14), dia em que o site Hindustan Times publicou uma notícia informando que, segundo fontes do governo indiano, não identificadas na matéria, ainda não há previsão de quando a Índia autorizará o fornecimento dos imunizantes a outros países, incluindo o Brasil.
Ainda no posicionamento do Itamaraty, Jaishankar manifestou a intenção de atender ao pedido brasileiro “nos próximos dias”, mas não indicou uma data para que as doses da vacina sejam liberadas. O chanceler indiano atribuiu o atraso na liberação a “problemas logísticos” decorrentes das dificuldades de conciliar o início da campanha de vacinação no país de mais de 1,3 bilhão de habitantes ao fornecimento de imunizantes para outras nações.
Ainda na reportagem do Hindustan Times, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Anurag Srivastava, já tinha dito, esta semana, que devido ao início da vacinação nacional, neste sábado (16), era cedo para falar em fornecimento a outros países.
“Você deve se lembrar que o primeiro-ministro [Jaishankar] já disse que a produção e a capacidade de entrega da Índia serão usados para o benefício de toda a humanidade para combater a esta crise, mas o processo de vacinação na Índia está apenas começando. É muito cedo para dar uma resposta específica sobre a destinação para outros países enquanto estivermos analisando nossos cronogramas de produção e entrega. Tomaremos essa decisão no tempo devido, declarou o porta-voz, como publicou o site indiano.
Apesar da indefinição quanto ao fornecimento das vacinas, o Ministério da Saúde informou que o avião comercial adaptado para ir a Índia buscar os insumos da Serum Institute partiria nesta sexta-feira, de Recife (PE).
Inicialmente, o voo estava previsto para decolar nesta quinta(14), às 23h, mas a viagem foi adiada. O Ministério da Saúde alegou “questões logísticas internacionais”, mas a única diferença notada foi o surgimento de adesivos no avião.
Durante uma videoconferência com prefeitos de todo o Brasil, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, condicionou o começo da vacinação contra a covid-19 no Brasil na próxima quarta-feira (20) à chegada dos 2 milhões de doses da vacina indiana e à aprovação, ainda no próximo domingo (17), dos pedidos de uso emergencial dos imunizantes apresentados pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
(Fonte: Agência Brasil, com edição da Redação Fato Regional)