sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Cirurgia pouco invasiva beneficia pacientes com hidrocefalia

Disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), uma cirurgia complexa que utiliza como auxílio um neuroendoscópio tem ajudado a garantir o correto desenvolvimento cerebral de crianças diagnosticadas com hidrocefalia no Pará. A técnica, considerada minimamente invasiva, permite que o líquido acumulado em excesso no cérebro de pacientes com a doença possa ser drenado e reabsorvido pelo organismo, aliviando a pressão exercida sobre o cérebro.

Neurocirurgião pediátrico que atua na Fundação Santa Casa de Misericórdia, o médico Alexandre Maués explica que todas as pessoas possuem um acúmulo de líquido no cérebro, que atua na própria proteção do órgão contra possíveis traumas. O problema é que, por diferentes causas, algumas vezes tal acúmulo de líquido ocorre em excesso, causando hipertensão intracraniana. Nesses casos é que há a ocorrência da chamada hidrocefalia.

Para sanar o problema, uma das técnicas utilizadas é a que já vem sendo empregada no Pará e que tem ajudado a garantir o melhor desenvolvimento das crianças com a doença. “A hidrocefalia vem de um tratamento de longa data. Mas nós temos, hoje, a cirurgia chamada neuroendoscopia, especificamente o método terceiroventriculostomia endoscópica, onde a gente faz um desvio interno dentro do cérebro para drenar esse líquido”.

Diferente de outras técnicas em que o líquido acumulado no cérebro é drenado para a cavidade abdominal, na terceiroventriculostomia endoscópica o médico consegue introduzir o tubo ótico que contém uma potente câmera de vídeo na extremidade e ‘navegar’ pelas cavidades ventriculares do cérebro para realizar um desvio.

“Através de um pequeno corte na região frontal a gente vai entrando, através do cérebro, para as cavidades ventriculares e realiza um pequeno orifício para que haja um desvio do líquido dentro do próprio cérebro”, explica o neurocirurgião. “Com isso, de uma maneira fisiológica, se consegue ter a circulação do líquido dentro do cérebro, da medula espinhal, até a reabsorção pelo organismo”.

Indicação é para pessoas acima de seis meses de idade

Apesar de eficiente e minimamente invasiva, a cirurgia não é indicada a todos os pacientes com hidrocefalia, mas a um grupo específico. É um método que pode ser usado tanto na fase adulta, quando na infância, porém, nas crianças é preciso aguardar até que os bebês alcancem os seis meses de idade.

“Na infância a gente não tem todas as faixas etárias que podem ser realizadas por conta do mecanismo de circulação, produção e absorção desse líquido dentro do cérebro”, aponta Alexandre. “Então, é um método indicado para crianças, acima de seis meses de idade, com hidrocefalia obstrutiva de várias causas, desde má formação congênita, traumatismos cranianos ou tumores cerebrais, que são as mais comuns”.

Segundo o médico, o ideal é que a cirurgia seja realizada antes que o sintoma mais comum da hidrocefalia inicie, o aumento desproporcional do crânio em decorrência do acúmulo excessivo de líquido.

“O nosso objetivo, com a cirurgia, é permitir que esse cérebro, nessa fase tão importante, se desenvolva adequadamente e a criança consiga alcançar todos os marcos de desenvolvimento, já que o principal problema causado pela hidrocefalia é o comprometimento da função cerebral”, destaca. “No entanto, se a criança realiza o procedimento antes da fase de aumento craniano, isso é evitado”.

Campanha

– A hidrocefalia pode advir de muitas causas. Dentre as mais comuns, porém, está o traumatismo craniano que pode ser causado na criança desde por uma queda de bicicleta e patinete, até um acidente automobilístico.


– Como forma de prevenção a esses traumas que, entre outros problemas, podem vir a causar a hidrocefalia, a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica se prepara para lançar a campanha “Se ligue no cinto”, em que conscientiza os pais e responsáveis para a importância do uso do cinto de segurança e da cadeirinha adequada para cada faixa etária a fim de prevenir traumatismos cranianos em crianças.

 

Fonte: DOL