segunda-feira, 16 de setembro de 2024

FALE COM FATO REGIONAL

Envie Notícias, Fotos e Sugestões

FALE COM FATO REGIONAL

Envie Notícias, Fotos e Sugestões

Com mais de 6,6 mil focos de incêndio em agosto, governador Helder proíbe queimadas no Pará e decreta situação de emergência

A decisão foi tomada após notas técnicas apontarem a escassez hídrica e os impactos do fenômeno La Niña em 2024, que têm exacerbado a vulnerabilidade da região a desastres ambientais, incluindo incêndios florestais. De 1º de janeiro a 26 de agosto, foram registrados 14.794 focos de queimadas, perdendo apenas para o Mato Grosso, com mais de 21 mil casos.
Os focos de queimadas no Pará aumentaram em 40% no comparativo entre agosto de 2024 e agosto de 2023 (Foto: Daniel Beltra / Greenpeace / Imagem Ilustrativa / Arquivo)

O governador Helder Barbalho (MDB) decretou situação de emergência em todo o Pará e proibiu, por decreto assinado nesta terça-feira (27), todo tipo de queimadas no estado. Ou seja, está vedado o uso de fogo para limpeza e manejo de áreas. A medida é uma resposta aos mais de 6,6 mil focos de incêndios registrados somente neste mês de agosto, no território estadual — um aumento de 40% comparado a agosto de 2023. De 1º de janeiro e 26 de agosto, foram 14.794 queimadas.

Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No acumulado deste ano, o Pará só perde para o Mato Grosso, que teve mais de 21 mil casos de queimadas. Os incêndios têm causado nuvens de fumaça, agravamento do ar seco e deterioração da qualidade do ar, especialmente em municípios com alto índice de desmatamento. O Ministério do Meio Ambiente aponta que 99% dos incêndios são ação humana. A PF investiga uma ação política e coordenada.

Estão proibidas, por 180 dias, todo tipo de queimadas salvo exceções específicas no decreto (Foto: Rodrigo Baleia / Greenpeace / Imagem Ilustrativa / Arquivo)

A decisão do governador foi fundamentada após emissão de notas técnicas por parte dos órgãos de monitoramento, como o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) e pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas). Foram destacados a escassez hídrica e os impactos do fenômeno La Niña em 2024, que têm exacerbado a vulnerabilidade da região a desastres ambientais, incluindo incêndios florestais.

O decreto é parte de um esforço coordenado entre o Governo Federal e os estados da Amazônia Legal para mitigar os efeitos adversos de focos de queimadas na região, objetivando a preservação ambiental e proteção das populações locais. A proibição não se aplica a práticas específicas, como o combate a queimadas realizado por instituições públicas, agricultura de subsistência de populações tradicionais e indígenas, controle fitossanitário autorizado e pesquisas científicas com aval dos órgãos ambientais competentes.

“Gostaria de informar a todos que acabo de assinar decreto que declara emergência ambiental no território paraense, proibindo a utilização de fogo para manejo de pastagem, para limpeza de áreas rurais, e isto se deve à urgência ambiental que nós estamos vivendo. Os dados do mês de julho apontam para 3.300 focos de queimadas, o que significa um aumento de 50% comparado com o mesmo período de 2023. Esta é uma marca histórica, o que exige que tenhamos essa medida dura, porém necessária para evitar os impactos ambientais nas áreas de queimadas e a repercussão nos nossos rios, que podem vir a sofrer com secas severas, atingindo as comunidades ribeirinhas e a população do estado do Pará”, declarou o governador Helder Barbalho.

Helder destacou que o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil estão mobilizados no combate às queimadas. Há ainda um plano estratégico para o melhoramento no manejo do uso do solo, estimulando práticas sem fogo. “Vamos todos estar juntos, unidos, para proteger a floresta, construir práticas sustentáveis e, acima de tudo, para que possamos evitar que o fogo agrida a natureza e, mais do que isso, possa prejudicar a saúde e a vida da nossa população”, concluiu.

O decreto do governador Helder Barbalho foi assinado nesta terça, 27, e tem validade de 180 dias pelo estado de emergência devido ao aumento de focos de queimadas (Foto: Rodrigo Pinheiro / Agência Pará)

O combate direto aos focos de queimadas no Pará está a cargo do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBM), enquanto a Defesa Civil e a Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa) atuarão na prevenção de danos à saúde da população. A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), junto com a Semas, vai focar na investigação e repressão a ações criminosas. Estão previstas sanções penais, civis e administrativas para quem descumprir as determinações, com vigência inicial de 180 dias, podendo haver prorrogação, conforme necessidade.

(Victor Furtado, da Redação do Fato Regional, com informações da Agência Pará)


LEIA MAIS, NO FATO REGIONAL:

Siga o Fato Regional no Facebook, no Instagram e no nosso canal no WhatsApp!