sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Comissão de Ética da Presidência pune Weintraub com advertência

Em junho do ano passado, o ministro comparou Lula e Dilma à cocaína, após um militar ser preso com 39 quilos da droga em um avião da FAB

A Comissão de Ética Pública da Presidência puniu nesta terça-feira, 28, com uma advertência, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por declarações sobre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Na decisão, por unanimidade, o colegiado recomenda que Weintraub “atente aos padrões éticos em vigor”.

Em junho do ano passado, o ministro comparou Lula e Dilma à cocaína, após um militar ser preso com 39 quilos da droga em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) – a aeronave integrava comitiva de apoio a uma viagem do presidente Jair Bolsonaro ao Japão.

“No passado o avião presidencial já transportou drogas em maior quantidade. Alguém sabe o peso do Lula ou da Dilma?”, escreveu Weintraub em uma rede social. “Tranquilizo os ‘guerreiros’ do PT e de seus acepipes (sic): o responsável pelos 39 kg de cocaína nada tem a ver com o governo Bolsonaro. Vocês continuam com a exclusividade de serem amigos de traficantes como as Farc.”

O procedimento para apurar se houve desvio de conduta foi aberto na Comissão de Ética em setembro, a pedido dos deputados Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Paulo Pimenta (PT-RS).

Relator do caso no colegiado, o conselheiro Erick Vidigal disse que uma autoridade não pode ser “impulsiva, destemperada, que ofende quem quer que critique”. Para Vidigal, o ministro não pode usar “cargo público” para “ampliar a divisão existente atualmente na sociedade brasileira, incitar o ódio, a agressividade, a desarmonia”.

Weintraub pediu o arquivamento do caso e afirmou que “quem comete crime pode tranquilamente ser chamado de ‘uma droga’, afinal, o crime é algo que merece supremo repúdio legal e social”.


As punições impostas pela Comissão de Ética têm caráter administrativo, como advertência e censura ética. As recomendações, porém, não precisam ser acatadas pelo governo.

 

Fonte: Agência Estado