sexta-feira, 29 de março de 2024

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Coronavírus: o que torna a variante brasileira tão perigosa?

Atualmente, ocorrem mais de 3 mil mortes todos os dias no Brasil. Cerca de 90% das novas infecções são atribuídas à cepa
Foto: Ministério da Saúde / Via Fotos Públicas

A variante P.1 do coronavírus, identificada pela primeira vez em Manaus, se espalha de forma veloz em vários países. Segundo especialistas, o perigo reside principalmente no fato dela ser mais contagiosa – e possivelmente mais resistente aos imunizantes. Se no começo do ano havia menos de mil mortes por dia no Brasil, desde o fim de março os números aumentam de forma dramática. Atualmente, são mais de 3 mil mortes todos os dias. Cerca de 90% das novas infecções são atribuídas à cepa.

Pesquisados identificaram a variante pela primeira vez em 10 de janeiro,na capital do Amazonas. Ela possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente estas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar. Particularmente problemática é a mutação E484K: acredita-se que ela seja responsável por permitir que pessoas que se recuperaram de uma infecção contraiam o vírus novamente.

Apesar de ainda faltem dados conclusivos sobre o assunto, uma coisa é certa: a variante P.1 é muito mais contagiosa. No Brasil, isso resultou na sobrecarga do sistema de saúde e, consequentemente, no alto número de mortos. A maioria dos pacientes não consegue chegar às unidades de terapia intensiva, e os suprimentos de oxigênio são escassos.

O fato de que quase não existem números confiáveis sobre novas infecções em tais circunstâncias torna atualmente quase impossível fazer uma declaração estatisticamente confiável sobre o perigo da variante P.1.

Uma pesquisa feita com mais de 67 mil profissionais de saúde de Manaus concluiu que a Coronavac, vacina contra a covid-19 produzida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, é 50% efetiva na prevenção de infecções sintomáticas causadas pela variante P.1 do coronavírus, duas semanas após a aplicação da primeira dose.

Ainda não se sabe se e quão bem funcionam as outras vacinas atualmente disponíveis contra a variante P.1. Sabe-se apenas que os princípios ativos das vacinas da AstraZeneca-Oxford e da Pfizer-Biontech, por exemplo, formam anticorpos neutralizantes contra a variante em laboratório. Mas um estudo preliminar mostra que eles não são tão eficazes quanto contra o tipo selvagem.


Conforme as informações já comprovadas, o imunizante da AstraZeneca não é tão eficaz contra a variante sul-africana, que apresenta mutações semelhantes na proteína spike. No entanto, ainda faz sentido seguir a estratégia de vacinação, porque mesmo se alguém estiver infectado com uma variante do vírus, o curso da doença após a vacinação provavelmente será mais brando. Com isso, as pessoas vacinadas terão que se submeter a cuidados intensivos com menos frequência, e menos pacientes irão morrer.

 

Com informações do site Istoé