segunda-feira, 25 de novembro de 2024

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Covid-19: taxa de transmissão em Belém mais que dobrou em outubro

De 0,7 no início de outubro, taxa saltou para 1,5 no final do mesmo mês. Crescimento motivou decreto, diz prefeito.
A procura por atendimento nas UPAS registrou aumento no mês de outubro (Akira Onuma / Arquivo O Liberal)

Em apenas quatro semanas, a taxa de transmissão do novo coronavírus em Belém mais que dobrou: saiu de 0,7 na 38ª semana da pandemia, no início de outubro, para 1,5 na 42ª semana. Isso significa que, anteriormente, a cada 100 pessoas infectadas na cidade, outras 70 também seriam contaminadas pelo vírus. Agora, ao final do mês, os dados apontam que 100 habitantes com diagnóstico positivo infectam outros 150 na capital.

O prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) argumenta que estes números foram a razão do novo decreto municipal que suspendeu as aulas municipais (com exceção do terceiro ano e pré-vestibular) e limitou o funcionamento de bares e restaurantes até 00h. “Esta oscilação começou em outubro e mostrou um crescimento exponencial das infecções, que pode ser visto no aumento dos casos e dos óbitos, assim como nos números de leitos ocupados tanto na rede pública quanto na privada”, afirma.

O prefeito também afirmou que a fiscalização será intensificada em Belém e que a interrupção das aulas presenciais será reavaliada em dezembro, a partir do cenário epidemiológico, que atualmente desperta preocupação na equipe de especialistas em saúde da prefeitura. “Se olharmos o exemplo do Hospital Dom Zico, tínhamos sempre 17 a 20 pacientes. De repente, saltou para 40. É um indicativo sério. Temos leitos vagos, mas como esse vírus é cercado de imprevisibilidade, ficamos extremamente preocupados”, disse Zenaldo.

Até a sexta-feira, a capital paraense registrava 43.891 casos, com 2.293 mortes (taxa de letalidade de 5, 11%). Os novos números colocam Belém entre as 10 capitais brasileiras que apresentam crescimento no número de infectados para a tendência de longo prazo, segundo o boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na noite desta sexta-feira (30). O documenta informa também que a capital paraense já completou ao menos um mês com manutenção do sinal de crescimento na tendência de longo prazo em todas as semanas.

Coutinho entende ainda que não há paradoxo algum entre a suspensão das aulas presenciais e a escolha de manter bares e restaurantes abertos. “A escola com aula presencial é obrigatória, mas ir para o bar não é. Limitar as atividades comerciais até 00h vai ajudar na contenção do vírus, pois com o avançar da noite as pessoas tendem a ficar menos vigilantes aos cuidados que precisam ser tomados”, avalia. Na Europa, os países têm encarado a segunda onda de contágio de maneira oposta: bares e restaurante fechados e escolas funcionando, por conta dos pais e mães que não têm com quem deixar os filhos. O prefeito não considera esta opção viável. “Não temos, infelizmente, uma economia forte como a deles. Já estamos com recordes de desemprego. Seria um risco muito grave de criarmos mais sequelas desta crise que tanto já afetou o país”, avaliou ele.


A fiscalização mais dura será tarefa da Guarda Municipal, Coordenadoria da Ordem Pública e Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), que devem atuar em conjunto. O não cumprimento dos protocolos pode gerar tanto advertências como aplicação de multa diária de até R$ 50 mil para pessoas jurídicas – que pode ser duplicada a cada reincidência. Pessoas físicas, microempreendedores individuais (MEI), microempresas e empresa de pequeno porte (EPP) também estão sujeitos a multa diária de R$ 150, a ser duplicada a cada reincidência.

 

Fonte: O Liberal