Munidos com volumes cada vez mais expressivos de documentos, os senadores da CPI da Covid apostam no uso dos dados entregues à comissão para driblar depoentes, apontar mentiras e dar base a questionamentos. O avanço foi observado principalmente a partir do recesso parlamentar, realizado no final do mês de julho, onde os senadores tiveram avanços significativos na análise do material e explorar provas e evidências reunidas de forma significativa. Até o momento, a CPI já aprovou pedidos de informação a órgãos públicos e empresas privadas, assim como quebras de sigilo de suspeitos de irregularidades, entra outras medidas.
Essa pesquisa mais cuidadosa já é responsável por resultados expressivos nos depoimentos da CPI. Nas oitivas recentes, os senadores conseguiram pressionar depoentes considerados ‘rebeldes’, assim como rebater argumentos e apontar mentiras com base em documentos, alguns coletados por meio da requisição da CPI e outros por meio de consultas públicas na Justiça.
A medida busca dar soluções ágeis nos casos que envolve a Precisa Medicamentos, no caso do contrato para a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, assim como em supostos erros em contratos. Um exemplo é a senadora Simone Tebet (MDB-MS), responsável por apresentar de forma detalhada diversas inconsistências em documentos entregues ao Ministério da Saúde no caso Covaxin.
Provas técnicas
O Delegado da Polícia Civil e senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) destaca que toda boa investigação é baseada em provas técnicas. Ele também enfatiza que, na CPI, as ferramentas disponíveis são menores do que numa apuração policial, mas, é mais importante ter em mãos documentos e quebras de sigilo do que um depoimento “Não é razoável imaginar que alguém vai sentar na cadeira e confessar simplesmente que cometeu uma série de crimes. Então, a parte documental é muito importante.” destaca.
Fonte: UOL
