A CPI da Pandemia no Senado começa, nesta semana, a colher os primeiros depoimentos formais da investigação parlamentar. Nesta terça-feira (4), estão agendados as oitivas com Luiz Henrique Mandetta (primeiro ministro da saúde) e Nelson Teich (segundo ministro). No entanto, o principal depoimento aguardado é de Eduardo Pazuello, terceiro ministro do governo Jair Bolsonaro (sem partido) e que não tinha qualquer experiência na área da saúde. Ele será ouvido na quarta-feira (5).
Mandetta saiu em meio ao primeiro pico da pandemia de covid-19, em 2020, após forte pressão e embates com o presidente Jair Bolsonaro. Teich assumiu a pasta em 17 de abril e, menos de um mês depois, em 15 de maio, renunciou, após ser desautorizado e humilhado por Bolsonaro.
Eduardo Pazuello é general do Exército e ministro da Saúde anterior. Foi o que passou mais tempo no comando da pasta e que enfrentou os principais desafios. Entre eles, a crise de oxigênio no país — iniciada no Amazonas, enquanto ele estava no estado —; a crise da falta de medicamentos do kit intubação; demora na compra e entrega de vacinas; defesa do chamado “tratamento precoce”, que usa medicamentos ineficazes contra a covid-19 e sem respaldo científico; e mais uma série de declarações polêmicas.
Marcelo Queiroga, atual ministro da pasta, tem depoimento marcado para a quinta-feira (6) e deve falar mais sobre o panorama atual, de promessas não cumpridas de vacinas. No mesmo dia, Antônio Barra Torres, diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) será ouvido na CPI e deve dar mais informações sobre vacinas e possíveis interferências do Governo Federal sobre a agência reguladora.
Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, solicitou duas investigações específicas: sobre um aplicativo digitalmente inseguro do Ministério da Saúde, com recomendação do “kit covid de tratamento precoce”; e a crise sanitária do Amazonas, enquanto Pazuello passou vários dias lá.
(Victor Furtado, da Redação Fato Regional)
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