sábado, 27 de abril de 2024

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Deputados cobram retirada de trabalhadores rurais da reforma da Previdência

Em março, treze partidos se posicionaram contra a inclusão da aposentadoria rural na reforma.

Deputados e entidade de direito previdenciário afirmam que novas regras podem impedir trabalhadores rurais de se aposentar, mas governo ressalta que a proposta de reforma da Previdência (PEC 6/19) é baseada em dados e não mentiras. O assunto foi debatido na última semana em audiência pública da Comissão Especial que discute a PEC na Câmara dos Deputados.

Para a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Jane Lúcia Berwanger, o pagamento de R$ 600 fixos por ano, por núcleo familiar, previsto na reforma, ignora a instabilidade da produção no campo, por questões climáticas ou pragas. “Se colocasse para o trabalhador escolher se prefere pagar 3% ou 4% do faturamento anual, em vez de pagar uma contribuição fixa, certamente ele iria preferir a primeira opção, porque ele não sabe quanto vai ganhar com a venda da produção”, disse.

Berwanger disse que as regras podem fazer com que os trabalhadores rurais sejam jogados na miserabilidade e precisem recorrer ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). “Temos de decidir se vamos valorizar o trabalho rural ou se vamos dar esmola para essas pessoas”, destacou. A especialista alertou ainda para o risco de generalização sobre fraudes no setor. Ela explica que os 97 mil indícios de fraude em aposentadorias rurais apontados por auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) representam 1% do total de 9,5 milhões de benefícios concedidos.

Deputados de vários partidos se posicionaram contra as mudanças. Para o deputado Eduardo Costa (PTB-PA) o trabalhador do campo não vai conseguir contribuir com esse modelo de reforma. “Previdência social é a melhor forma de distribuir renda nesse país. Mantém a economia dos pequenos municípios. Se essa reforma passa da forma que está desenhada é a exclusão do lavrador do sistema de aposentadoria. Ele vai ser jogado para o BPC (Benefício de Prestação Continuada), porque não tem condições de contribuir”, alertou.

Em março, treze partidos se posicionaram contra a inclusão da aposentadoria rural na reforma. Representante do governo na audiência, o secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho no Ministério da Economia, Bruno Bianco, afirmou que as mudanças propostas na reforma da Previdência (PEC 6/19) são baseadas em dados. Segundo Bianco, “muita mentira é dita em relação ao trabalhador rural”. Ele cita, por exemplo, a diferença na expectativa de sobrevida. “No urbano e no rural é muito próxima”, disse.


Bianco também destacou que 3 em cada 4 trabalhadores que começam a trabalhar antes dos 14 anos moram nas cidades e não no campo. E que a maioria (60%) dos que vivem em extrema pobreza também estão em ambiente urbano. “Peço perdão pela palavra, mas é mentira e temos de desdizer todas as falsidades que se dizem em relação ao rural. É nossa função enquanto governo desdizer essas falácias.”

 

 

Fonte: OLIBERAL.COM