sábado, 18 de maio de 2024

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Desmatamento cresce 20% de agosto de 2018 até abril de 2019

Desmatamento cresce com políticas frouxas de combate aos agentes destruidores das florestas.

Com o crescimento disparado no índice de desmatamento em maio deste ano, a Amazônia pode perder boa parte de seu verde nos próximos anos. Nas duas primeiras semanas de maio, o desmatamento nas áreas protegidas da Amazônia somou mais da metade de tudo que foi derrubado nos nove meses anteriores. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, entre os dias 1º e 15 do mês passado, foram desmatados 6,84 mil hectares nas regiões de grande biodiversidade – número próximo dos 9,31 mil hectares derrubados de agosto de 2018 a abril de 2019. Isso significa que, a cada hora, a Amazônia perde uma área verde do tamanho de 20 campos de futebol nas Unidades de Conservação federais, que são áreas protegidas por lei.

Entre os nove Estados que compõem a Amazônia Legal, o Pará ocupa o terceiro lugar entre os que mais desmatam: 16% do total, de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), divulgado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Somente em abril, foram 195 quilômetros quadrados desmatados na região, enquanto a degradação florestal ocupou 102 quilômetros quadrados no mesmo mês. Na avaliação do pesquisador Paulo Barreto, associado do Imazon, é importante analisar o histórico das políticas de combate ao desmatamento para entender o que está acontecendo e o que pode ser feito para melhorar.

“Os estudos realizados pelo Imazon mostram que, entre 2004 e 2012, o Brasil adotou várias medidas que conseguiram reduzir em cerca de 83% a taxa anual do desmatamento. Entretanto, desde 2012, quando o governo e o Congresso passaram a enfraquecer a proteção florestal – perdoando crimes ambientais e fundiários -, a taxa de desmatamento aumentou 71% até o ano passado. De agosto de 2018 até abril de 2019, a aceleração do desmatamento foi 20% maior do que no mesmo período anterior. Essa tendência pode, sim, ser resultado do enfraquecimento das políticas, e do discurso e práticas do novo governo”, opinou Barreto.

Menos autuações

Apesar dos dados, juntando os cinco primeiros meses do ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) registrou a menor proporção de autuações por alerta de desmatamento na Amazônia dos últimos quatro anos, mesmo que o Inpe tenha enviado aos órgãos ambientais de fiscalização 3.860 alertas de desmatamento, uma média de 28,6 alertas por dia. A fiscalização do Ibama, no entanto, realizou apenas 850 autuações por alteração da flora na Amazônia Legal no mesmo período, ou 6,2 autuações por dia.

Em pouco mais de 150 dias desde que se iniciou o governo de Jair Bolsonaro, nada foi feito para combater o desmatamento e a degradação ambiental. Pelo contrário, uma série de medidas tem prejudicado o meio ambiente, especialmente na região amazônica. Entre elas, está previsto menos verde com o possível novo Código Florestal.


Com as mudanças sugeridas, não haveria mais a exigência de recompor matas e florestas. “O presidente prometeu coibir as ações do Ibama, que é a polícia federal ambiental do país. Esse discurso já é suficiente para estimular a ilegalidade, pois os desmatadores esperam a impunidade. E, de fato, neste ano já houve redução da fiscalização”, disse o pesquisador.

 

 

Fonte: OLIBERAL.COM