Entre 1.º de janeiro e 30 de setembro, o volume acumulado de desmatamento na Amazônia já chega a 7.853 km², 93% maior do que o verificado nos primeiros nove meses do ano passado, quando a devastação da floresta atingiu 4.075 km².
Só no mês passado, de 1.º a 30 de setembro, os índices de desmatamento na Região Amazônica cresceram 96% em relação a setembro de 2018. Foram 1.447 km² de desmatamento, ante 739,46 km². O Pará continua a liderar a derrubada das florestas, com 497 km² em setembro.
Os dados são do Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), ferramenta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que serve para orientar ações de fiscalização contra o desmatamento.
Para evitar distorções, os números citados consideram apenas as três categorias de corte de vegetação que o próprio governo identifica como desmatamento efetivo: desmatamento com solo exposto, desmatamento com vegetação e mineração. As informações do Deter usam alertas de desmate, dados que são consolidados anualmente pelo governo, por meio do sistema Prodes.
Em setembro, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que, no primeiro mês de ação das Forças Armadas na Amazônia, a quantidade de incêndios diminuiu, mas houve redução do número de bens apreendidos, como toras de madeira e motosserras, e também de autos de infração.
Indagado sobre os novos dados do Inpe, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse ontem ao Estado se tratar de “um problema real”. “Está claro que temos um problema real e que isso precisa ser resolvido. Independentemente do porcentual, o que precisamos fazer é avançar nas políticas de combate ao desmatamento ilegal. Isso passa pela questão de fiscalização e monitoramento.”
O monitoramento do desmate motivou uma crise após o presidente Jair Bolsonaro chamar de mentirosos os dados divulgados pelo Inpe. Os questionamentos levaram à exoneração do ex-diretor Ricardo Galvão, em agosto. Desde o início do ano, Salles tem dito que pretende usar um sistema privado.
Fonte: Agência Estado