quarta-feira, 15 de maio de 2024

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Educação financeira é disciplina obrigatória e ajuda na formação de adultos responsáveis

O tema agora precisa ser incorporado aos currículos escolares como uma disciplina transversal, que se mistura a outras. Um em cada três estudantes afirma ter aprendido o valor do dinheiro
A estudante Kátia Ribeiro de Souza é uma das estudantes da Luminova que, após passar pela educação financeira, começou a compreender melhor o valor do dinheiro (Foto: Markable Comunicação)

O Conselho Nacional de Educação determinou que, em 2020, todas as escolas deveriam incluir entre as competências de ensino a educação financeira de forma transversal. Ou seja, nas várias aulas e projetos desenvolvidos por cada unidade. A expectativa é que crianças e jovens do Ensino Infantil ao Médio possam absorver melhor esse tema, de uma maneira prática sobre a importância de lidar com o dinheiro. Alguns resultados começaram a aparecer.

Pesquisa da Serasa Experian mostrou que, depois de participar de projetos de educação financeira, um a cada três estudantes afirmou ter aprendido a importância de poupar dinheiro. Dos estudantes que participaram, 24% passaram a conversar com os pais e demais familiares sobre o tema. Mas ainda há um longo caminho até mais crianças e adolescentes aprenderem sobre economizar fazer planejamentos e até mesmo como investir o dinheiro guardado.

Outros dados da Serasa Experian apontam que, em janeiro deste ano, o Brasil tinha mais de 63 milhões de pessoas inadimplentes. O número aumentou 2,6% em relação ao ano passado. Isso significa que 40,8% da população adulta do país tem dívidas. Economistas e educadores apontam que os números refletem a falta de consciência em relação ao dinheiro e a falta de abordagens mais sólidas nos planos de ensino.

Relatório divulgado pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) inseriu o Brasil na 17ª posição, no total de 20 países, no ranking de competências financeiras de jovens. A média brasileira melhorou, de 393 para 420, entre uma avaliação e outra. Porém, os resultados continuam abaixo da média geral, de 505 pontos.

Tema precisa ser abordado com estratégias modernas e do cotidiano

Algumas escolas tentam abordar a educação financeira de várias formas. Uma delas é a paulistana Luminova, que defende acesso democrático à educação de qualidade. “Não ficamos restritos à matemática. Usamos a internet como uma grande aliada no processo de aprendizagem. Durante as aulas, por exemplo, os professores podem instigar os alunos a buscar e comparar preços de itens que façam parte da rotina deles, já que entendemos que isso é uma forma de fazer com que eles compreendam como é dada a precificação das coisas e, muitas vezes, até criando um certo policiamento em relação ao que é gasto dentro e fora de casa”, explica Luizinho Magalhães, diretor acadêmico da rede.

Luizinho observa que a educação financeira leva a abordagens de outros temas. Por exemplo, a atual pandemia de covid-19, a doença causada pelo coronavírus sars-cov-2. Pelo número de infectados em relação ao de habitantes de determinado país ou região, trabalha-se conceitos de porcentagens. Ou ainda, qual o valor de juros composto calculado no parcelamento do carro que usam ou da casa em que vivem.

“O importante é que os estudantes vejam, na prática, esses conceitos e entendam como podem fazer diferente daqui para frente. A educação financeira só valerá se realmente levarmos em conta a realidade na qual os alunos estão inseridos, criando, de fato, uma boa interligação entre eles”, afirma o educador.


A educação financeira ainda é um tema relativamente novo aos docentes. Muitos sequer tiveram contato com o assunto como disciplina transversal, muito menos obrigatória. Luizinho recomenda a abordagem com temas do cotidiano, como contas fixas (luz, água e gás), cupons fiscais e boletos bancários. Assim, num futuro próximo, os dados da Serasa Experian podem apresentar famílias brasileiras menos endividadas e financeiramente estáveis.

(Da Redação Fato Regional, com informações da Markable Comunicação)