sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Empresário de Xinguara preso por planejar atentado terrorista em Brasília: o que se sabe até agora

Foto: Reprodução

O empresário de Xinguara, sul do Pará, George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, foi preso por montar um artefato explosivo em um caminhão de combustível, perto do Aeroporto de Brasília, neste sábado, 24.

No apartamento onde o homem foi preso, no sudoeste, no Distrito Federal, os policiais encontraram um arsenal com fuzil, espingardas, revólveres, munição e outros artefatos explosivos. No domingo, 25, ele foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda.

Em depoimento, o empresário disse que gastou cerca de R$ 160 mil em armas e R$ 600 em dinamite antes de sair de Xinguara, sudeste paraense, para a capital federal, onde participava de atos contra o resultado das eleições deste ano, em frente ao QG do Exército desde 12 de novembro.

O paraense deixou o estado rumo a Brasília no último dia 12 de dezembro com a caminhonete carregada com duas escopetas de calibre 12; dois revólveres calibre 357; três pistolas; um fuzil calibre 308; mais de mil balas de diversos calibres e cinco bananas de dinamite.

O que se sabe

  • Onde o artefato explosivo foi encontrado?

A Polícia Militar foi acionada por volta das 8h de sábado, pelo motorista do caminhão onde o artefato estava instalado. Ele percebeu o objeto estranho no veículo, na via de acesso ao Aeroporto de Brasília. A Polícia Civil descartou a participação do homem no crime.

Os militares interditaram o local e integrantes do esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM confirmaram que se tratava de um explosivo. Pouco antes das 14h30, a corporação informou que o artefato tinha sido detonado pela equipe.

  • Quem é o investigado?

George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, foi preso à noite, em um apartamento alugado no Sudoeste. Segundo a Polícia Civil, ele é empresário e veio do Pará a Brasília, com objetivo de participar de atos realizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), no quartel-general do Exército.

  • O que foi encontrado com o homem?
Material apreendido com bolsonarista suspeito de montar artefato explosivo em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução

No apartamento onde George Washington de Oliveira Sousa estava, os policiais encontraram um verdadeiro arsenal, com armas de alto calibre.

Na decisão que determinou a prisão preventiva do homem, a juíza Acácia Regina Soares de Sá afirma que, entre os itens localizados no local, estavam:

  1. 1 fuzil AR10;
  2. 2 espingardas calibre 12;
  3. 30 cartelas de munição 357 magnum;
  4. 39 cartelas de munição 9 mm, contendo 10 munições intactas não deflagradas;
  5. 2 caixas contendo 50 munições de 9 mm.

Também foram encontrados revólveres, outros cinco artefatos explosivos e uniformes camuflados.

  • O homem tinha autorização para portar armas?

Segundo a Polícia Civil, George tinha registro como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), mas o documento estava em situação irregular. Portanto, não podia estar com o material.

  • O homem agiu sozinho?

A polícia afirma já ter certeza do envolvimento de outras pessoas no crime. Segundo a corporação, um outro suspeito já foi identificado. No entanto, até a tarde deste domingo (25), a PCDF não tinha divulgado outras prisões.

  • Como o criminoso trouxe o arsenal do Pará para o DF?

Em depoimento aos policiais, o homem disse que veio a Brasília em um carro próprio e trouxe as armas no veículo.

Material apreendido com bolsonarista suspeito de montar artefato explosivo em Brasília — Foto: Marcus Barbosa/TV Globo
  • Por quais crimes o homem vai responder?

O homem foi autuado pelos crimes de terrorismo e posse e porte ilegal de arma de fogo e de uso restrito.

Segundo a Lei 13.260/2016, é enquadrado como terrorismo “usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa”. A pena para o crime varia de 12 a 30 anos de reclusão.

Com informações do G1