sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Entenda o apagão do Amapá e as medidas sendo tomadas para resolver a crise

Sem energia elétrica desde a noite de terça-feira (3), Amapá decretou estado de calamidade pública e vive uma situação caótica e desesperadora. Problema só será totalmente resolvido em mais 10 dias.
População se acumula nas ruas, em filas, para buscar suprimentos que estão sendo doados ou comprar coisas em comércios. (Foto: Francy Rodrigues / Redes Sociais)

O Ministério de Minas e Energia anunciou que, até o final desta sexta-feira (6), cerca de 70% do fornecimento de energia elétrica do Amapá deveria ser retomado. Porém, apenas duas cidades retomaram a energia, parcialmente, e com racionamento: Macapá e Santana. O Governo do Estado do Amapá decretou calamidade pública.

As prioridades serão hospitais e serviços essenciais. A notícia chega como um alívio aos 13 municípios (de um total de 16 do estado) que vivem uma situação caótica e desesperadora. Os problemas vão da violência ao desabastecimento e falta de atendimento em saúde.

Nos anúncios do MME, via Secretaria Especial de Comunicação do Governo Federal (Secom), há uma série de medidas sendo tomadas para a rápida solução da crise. Os testes em um transformador emergencial da subestação paralisada, após ter sido atingida por um raio na terça, já foram concluídos. Porém, o equipamento precisava de outras máquinas para purificação de óleo. Um deles já está na subestação e funcionando. Por isso, a energia deveria retornar ainda nesta sexta.

Dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) levaram mais equipamentos. Um deles com mais dois purificadores de óleo, do Maranhã a Macapá. Outro com quatro geradores de Manaus a Macapá, para operação emergencial.

O governador do Pará, Helder Barbalho, anunciou o empréstimo de uma aeronave do Estado para auxiliar atendimentos de saúde, além do envio de água mineral e cestas básicas. Por determinação do Governo do Pará, a Cerpa vai doar água mineral e refrigerantes.

A solução final, que restabelecerá, definitivamente, a energia no Amapá, tem previsão variável. O MME já falou em 15 ou 30 dias. Nesta sexta, o ministro Bento Albuquerque falou em 10 dias. O fato é que há uma movimentação política para adiamento das eleições no Estado.

Apenas três municípios não foram afetados, pois são abastecidos por outros sistemas elétricos: Oiapoque, Vitória do Jari e Laranjal do Jari.

CONFIRA O FIO COMPLETO DAS MEDIDAS DO GOVERNO FEDERAL NO TWITTER:

Redes sociais se tornaram canal dos pedidos de socorro do Amapá

Desde a noite de terça-feira (3), quase 90% da população do estado do Amapá está sem energia elétrica. Em 48 horas, o estado entrou numa complicada crise humanitária, social e econômica. Diante da falta de notícias sobre a situação na imprensa nacional, uma rede de apoio se formou nas redes sociais digitais para cobrar o Governo Federal por soluções. Entre alguns famosos que pedem ajuda estão Felipe Neto e Whindersson Nunes. Poucos amapaenses conseguem comunicar a situação de dentro.

Há risco de desabastecimento, pois alimentos estragaram sem refrigeração. Água mineral ou potável já praticamente está esgotada para compra. Falta combustível e há filas para produtos de primeira necessidade, que rapidamente se esgotam, sobretudo os que estão sendo doados. Pessoas estão incomunicáveis com família e amigos, pois serviços de telefonia e internet estão quase totalmente paralisados. Nos hospitais, os geradores chegam ao limite, podendo levar ao colapso das redes pública e privada.

Bancos estão fechando as portas e nem há como sacar dinheiro. Sem energia e sem serviços de telefonia e internet, nem há como fazer compras com débito ou crédito. (Foto: Francy Rodrigues / Redes Sociais)

 

Nas redes sociais também surgiram fake news. Uma delas apontava que a estatal Eletronorte seria a responsável pelo problema. A empresa pública teve de divulgar um comunicado, explicando a que a responsabilidade é de uma empresa privada espanhola, a Isolux, que detém a concessão da Linhas de Macapá Transmissoras de Energia (LMTE). A Eletronorte informou que está ajudando a encontrar uma solução para a crise.


Há relatos de trabalhadores da empresa privada Isolux de que, desde dezembro de 2019, havia geradores com problemas e equipamentos com manutenção atrasada. Alguns trabalhadores não estavam recebendo pagamento por trabalho noturno e em finais de semana, inviabilizando alguns plantões e serviços. Nas redes, um novo debate sobre privatizações foi aberto.

(Victor Furtado, da Redação Fato Regional)