sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Entidade citada em esquema de pagamento de propina administra hospitais públicos no Pará

Vinculada à igreja Católica, a organização Social Pró-Saúde é responsável pela gestão dos principais hospitais públicos do Estado.
Pró-Saúde é a principal responsável pela administração de hospitais públicos paraenses, como o Abelardo Santos, em Icoarací (Cristino Martins / Agência Pará)

A Pró-Saúde ganhou destaque no cenário nacional após a divulgação de um depoimento do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (MDB) ao Ministério Público. Nele, Cabral afirma haver um esquema de desvio de dinheiro envolvendo a entidade e cita nominalmente o ex-arcebispo de Belém, dom Orani Tempesta, hoje arcebispo do Rio de Janeiro.

“Não tenho dúvida de que deve ter havido esquema de propina com a OS da Igreja Católica, da Pró-Saúde. O dom Orani devia ter interesse nisso, com todo respeito ao dom Orani, mas ele tinha interesse nisso”, disse Cabral aos procuradores do caso.

No Pará, a Pró-Saúde é a principal responsável pela administração dos hospitais públicos do Estado. O modelo de Organização Social foi criado em São Paulo. A ideia era desburocratizar a gestão das unidades de saúde. A entidade escolhida recebe recursos do Estado e tem um modelo de administração semelhante ao da iniciativa privada.

Entre os hospitais sob  responsabilidade da Pró-Saúde no Pará está o Abelardo Santos, ainda em obras. A entidade, contudo, recebeu, do governo estadual anterior, recursos para a compra de equipamentos, o que está sendo analisado pela atual gestão da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa).

Em nota à Conexão AMZ, a Sespa informou que “a atual gestão já solicitou formalmente esclarecimentos à Pro-Saúde sobre a forma de recebimento e utilização dos valores recebidos e a efetiva compra dos equipamentos e seus valores”. A Sespa não informou, porém, os valores repassados.

A Pró-Saúde administra oito hospitais estaduais, são eles:

1 – Hospital Regional Abelardo Santos (Belém);

2 – Hospital Público Estadual Galileu (Belém);

3 – Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Belém);

4 – Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (Ananindeua);

5 – Hospital Materno Infantil de Barcarena (Barcarena);

6 – Hospital Regional do Sudeste do Pará (Marabá);

7 – Hospital Regional do Baixo Amazonas -Dr. Waldemar Penna (Santarém);

8 – Hospital Regional Público da Transamazônica (Altamira).

Atualização 

Questionada pela Conexão AMZ, a Pro-Saúde garantiu, por meio de nota, que o processo de compra de equipamentos para o Hospital Regional Abelardo Santos segue o cronograma  firmado com a Secretaria de Saúde Pública do Pará, por meio do Termo Aditivo de Contrato) no valor aproximado de R$ 30 milhões.

O contrato entre a Sespa e a pró-Saúde para administrar o Abelardo Santos foi assinado em 19 de julho de 2018. O valor informado pela Sespa é de R$ 11.020.306,42, mas os valores não começaram a ser pagos porque as obras do hospital não foram concluídas.


Quando estiver funcionando, o Abelardo Santos será referência em Clínica Médica, Cirurgia Geral, Cardiologia, Cirurgia Vascular, Gastroenterologia e Hepatologia, Nefrologia, Neurologia, Obstetrícia de Alto Risco, Pediatria, Pneumologia e Urologia. A Pró-Saúde informa, ainda, que aguarda diretrizes da contratante (Sespa) para o início das atividades.

 

 

Fonte: Conexão AMZ