domingo, 12 de maio de 2024

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Especialista em marketing político e digital avalia Eleições Municipais de 2020

Para Marcelo Senise, que atuou este ano em campanhas no Mato Grosso, as redes tiveram grande poder na hora do voto; mas avalia que não foram bem utilizadas; destacou ainda uso de inteligência artificial como diferencial
Marcelo Senise reforça a ideia de que as redes sociais digitais são a melhor ferramenta para chegar aos eleitores, mas que exige uso profissional e estratégico. (Foto: Divulgação / Infinito Comunicação)

Com as eleições de 2020 encerradas, especialistas começam a fazer uma avaliação do pleito em diversas partes do País e se preparam para 2022. Em um ano totalmente atípico, por causa da pandemia de covid-19, as campanhas politicas também tiveram de ser adaptadas. As tradicionais reuniões e encontros para as campanhas políticas foram reduzidos, deixando o foco para as mídias eletrônicas tradicionais, como TV e rádio, mas, principalmente, para os meios digitais.

Para o sociólogo e especialista em Marketing Político e Digital, Guerrilha e Inteligência Artificial, Marcelo Senise, que atuou em campanhas no estado do Mato Grosso neste período, ganhou quem soube usar bem as mídias sociais. São consideradas hoje a ferramenta de comunicação política mais eficaz, pois os cidadãos se informam muito mais nessas redes sobre o meio político do que nas mídias tradicionais.

O maior erro que muitos muitos candidatos cometeram, na avaliação do especialista, foi não terem investido mais, de forma adequada, nas mídias sociais, o que levou à derrota de muitos nos municípios.

“Quando se trata de eleição, as mídias sociais são o meio mais fácil e mais rápido de difundir informações políticas e atingir o maior numero de potenciais eleitores. Não utilizar esta ferramenta é um tiro no pé”, afirma. Outra falha, na avaliação dele, ocorreu por falta de planejamento e de visão de longo prazo. Para Senise, o perfil de cada candidato deve ser construído ao longo do tempo, para estabelecer uma relação com os eleitores.

Seguindo este raciocínio, investir na equipe de marketing digital é o caminho obrigatório para o sucesso. “Muitos políticos acham que rede social é algo que se cria da noite pro dia e deixam para fazer a sua campanha quase na ‘boca da urna’, reforçando a cultura do brasileiro de deixar tudo para a última hora. Inclusive, essa é uma grande vantagem: políticos que já estavam com mandato, pois já possuíam perfis consolidados e equipes de comunicação, que já vinham trabalhando de forma regular o engajamento nas redes”, explica Marcelo.

Entre as ferramentas mais utilizadas, Senise destaca o Facebook e Instagram, além, é claro, do WhatsApp. “Atualmente, a principal ferramenta de comunicação política mais utilizada no Brasil é o WhatsApp, por conta da sua capilaridade e sua linguagem intuitiva, o que permite que essa plataforma seja utilizada por os mais diversos eleitores do país”, defende o especialista.

Quando se trata de eleições, o especialista argumenta que o impacto do aplicativo é maior nas eleições gerais do que no pleito municipal. “Eu acredito muito nessa ferramenta, embora tenha se tornado extremamente restritiva em virtude das fake news e do seu mau uso, mas ela ainda possui grande eficácia. Porém, nas eleições municipais, o contato é mais próximo, de bairro em bairro, então as redes sociais não geram grandes mudanças, mas aposto que o WhatsApp será a grande estrela nas eleições de 2022”, completa.

Senise reforça que cada plataforma digital tem sua linguagem e forma de comunicação própria, e que os políticos precisam entender que para uma estratégia comunicacional eficaz, é necessário utilizar essas ferramentas conforme a estrutura de cada uma. “A forma que as pessoas difundem o conteúdo pelo WhatsApp, por exemplo, não são usadas técnicas adequadas, então a plataforma acaba perdendo a sua eficácia, o que prejudica os resultados esperados”, destaca.

Inteligência Artificial e case de sucesso com uso de formato e linguagem próprios das mídias sociais

Senise ressalta ainda a necessidade de estar sempre antenado a novas tecnologias. E destaca o uso da inteligência artificial e de análises de big data como fator diferencial durante o pleito. “Todos os anos surgem novos aplicativos e ferramentas que podem ser utilizadas para a comunicação política. A tecnologia está avançando de forma muito rápida e é importante buscar conhecimento para fazer o uso correto de cada uma”, recomenda o especialista. “Nesse processo eleitoral foi notável o uso de inteligência artificial e de análises de big data e o Brasil tem se tornado forte nesse setor, embora a maioria dos marketeiros ainda não saiba usar as técnicas certas”, afirma Senise.

Marcelo Senise cita a campanha para prefeito de Cuiabá (MT) de Emanuel Pinheiro como um case de sucesso. O até então candidato chegou ao segundo turno das eleições com 13,7% de votos a menos que o 1° colocado no pleito, mas, com o uso das ferramentas certas conseguiu mostrar seus diferenciais em relação ao candidato adversário, além de produzir “vacinas” contra ataques e acusações, vencendo as eleições numa virada surpreendente.

O objetivo da contratação foi justamente criar ações para atingir o público mais jovem e acostumado com estas ferramentas, o que contribuiu para viralizar as peças criadas pela equipe do marketing, numa linguagem bem conhecida, com o usos de memesgifs, e outras peças divertidas e que geraram engajamento dos eleitores. Um exemplo disso foi o programa Roda de Conversa, que consistiu na realização de um programa em formato de auditório, com interação direta de internautas e digital influencers.


O especialista ressalta que com a realização de apenas três programas do Roda de Conversa, o engajamento e o alcance das páginas do candidato foram quadruplicados, de forma totalmente orgânica, ou seja, sem impulsionamento ou links patrocinados, o que claramente demonstra o sucesso do formato. “Já havíamos implementado esta experiência na campanha anterior ao Senado aqui em Mato Grosso, e o formato já tinha demonstrado sua eficácia. Acredito que este novo formato substituirá definitivamente os comícios, e estamos convictos que este será a nova forma de comunicação política em nossos tempos”, conclui Senise.

(Da Redação Fato Regional, com informações da Infinito Comunicação)