As campanhas estaduais de vacinação contra sarampo e poliomielite (pólio) encerraram nesta quarta-feira (30). As metas não foram batidas e a pior performance foi da campanha contra o sarampo, que conseguiu imunizar 27,7% do público alvo. Mas a responsabilidade disso não é apenas do Governo do Pará. A população simplesmente não procurou a unidade de saúde mais perto de casa para tomar a vacina. A campanha foi prorrogada três vezes, desde o dia 24 de agosto.
Mesmo assim, as vacinas contra as duas doenças seguem disponíveis em todas as unidades de saúde e podem ser tomadas nos horários normais de atendimento. Lembrando que sarampo é uma doença altamente contagiosa e pode matar. O Brasil, há algum tempo, nem se preocupava mais com a doença. Até que o Pará se tornou um foco de casos e outros casos começaram a se espalhar pelo país.
O diretor do Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Bruno Pinheiro, lamenta a situação preocupante de não se bloquear essas doenças com a vacinação.
“Infelizmente, parte da população ainda não percebeu o quanto é importante vacinar as crianças para evitar doenças graves como essas. A meta da campanha contra o sarampo era vacinar 95% de um total de 3.485.894 pessoas, da faixa etária de 20 a 49 anos, porém, só foram vacinadas 971.605, correspondendo a apenas 27,7% do total. Em relação à poliomielite, o resultado foi melhor, mas também abaixo do esperado. Tínhamos que vacinar 95% de 595.688 crianças, de 1 a 4 anos, e conseguimos alcançar 379.541, ou seja, 61,64% da meta”, informou Bruno.
Bruno Pinheiro ressaltou, no entanto, que as unidades básicas de saúde continuam com estoques disponíveis de vacina para rotina de vacinação de crianças, jovens, adultos e idosos. E faz um apelo para que as famílias procurem atualizar o esquema vacinal das crianças e adolescentes, pois estão sendo acometidas pelo sarampo hoje exatamente as pessoas que não tomaram vacina no passado. “Todas as pessoas não vacinadas e que nunca adoeceram de sarampo são suscetíveis ao adoecimento, só a vacina garante a proteção”, alertou.
No início do surto de sarampo no Pará, os casos se concentravam na Região Metropolitana de Belém (RMB), por conta do maior contingente populacional e trânsito de pessoas. “Agora, nossa preocupação é com a região do Marajó, que tem registrado casos principalmente nos municípios de Portel, Breves e Bagre. Portanto, é importante que as populações de todas as regiões paraenses estejam vacinadas contra a doença para que o vírus pare de circular e o Pará deixe de ser o primeiro no ranking de casos da doença no Brasil, com 65% do total. Enquanto houver pessoas não vacinadas, haverá casos de sarampo no Pará”, concluiu.
(Da Redação Fato Regional, com informações da Sespa)