Uma mulher que se passava por herdeira milionária e empresária foi presa nesta terça-feira (21), em um apartamento de luxo no centro de Belém, capital do Pará.
Otaciane Coelho é suspeita de praticar o crime de estelionato contra dois empresários do ramo da aviação, em um golpe avaliado em R$ 1,6 milhão.
Segundo a Polícia Civil, responsável por cumprir o mandado de prisão, Otaciane é considerada uma das maiores estelionatárias do estado, e já fez vítimas em outros três municípios paraenses. O valor total dos golpes é estimado em R$ 10 milhões. O g1 tenta contato com o advogado da suspeita.
De acordo com o delegado titular da Divisão de Investigações e Operações Especiais, Neyvaldo Silva, o que mais chama atenção é o poder de persuasão da suspeita.
“Ela se dizia empresária, foram diversas vítimas lesadas pelo poder de convencimento dela, inclusive pessoas de padrão intelectual muito alto”
Os agentes policiais chegaram à suspeita depois que uma investigação foi instaurada para apurar a denúncia realizada por uma dupla de empresários que procurou a polícia após ter pago cerca de R$ 1,6 milhão por uma aeronave que não foi entregue.
De acordo com as vítimas, Otaciane se empenhava para convencer de que era dona de uma fortuna. Na persuasão, a estelionatária contava com uma produção “cinematográfica”, na qual chegava a contratar empresas de segurança para se passar por uma autoridade.
‘Ela tinha muito dinheiro. Dizia que era fazendeira, dona de supermercado, dona de grupo de farmácias e dona de imóveis. Ela dizia que ia receber uma herança de R$ 38 milhões e precisava de dinheiro adiantado para, inclusive, dar uma espécie de propina aos desembargadores — para dar fluência e andamento a este processo”, alega Elson Soares, advogado de uma das vítimas.
Segundo o delegado Neyvaldo Silva, a suspeita é que haja mais envolvidos no golpe. O delegado informou que Otaciane cometia crimes de estelionato em Altamira, onde atuava com mais frequência; Belém; Benevides; e Porto de Moz, cidade onde nasceu. De acordo com as investigações, ela também aplicou golpes em cartórios de valores que chegam a R$ 800 mil.
Otaciane chegou a ser presa provisoriamente, em Brasília (DF), por policiais civis da Diretoria de Combate à Corrupção (Decor) em julho deste ano, mas foi colocada em liberdade. “Ela conseguiu fazer com que o empresário que ela lesou passasse uma chácara para o nome dela”, conta o advogado Elson.
O destino dado ao dinheiro que ela conseguiu também é investigado. A polícia não soube confirmar até a publicação desta reportagem se o apartamento onde ela foi presa, por exemplo, foi adquirido com esses recursos. “É muito comum neste tipo de crime a ostentação, estamos averiguando”, afirmou o delegado.
Com informações do G1 PA