sexta-feira, 22 de novembro de 2024

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Ex-comandante do Exército é nomeado para compor equipe de Bolsonaro

O “Diário Oficial da União” publicou nesta quarta-feira (30) a nomeação do ex-comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, como assessor especial do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Augusto Heleno.

“Gostaria de externar a minha felicidade por receber uma missão do PR @jairbolsonaro ao ser convidado para integrar o Gabinete de Segurança Institucional, no qual poderei continuar contribuindo para o desenvolvimento da nossa Pátria”, escreveu o general à época em uma rede social.

O GSI tem status de ministério e funciona no Palácio do Planalto. Heleno é considerado um dos ministros mais próximos de Bolsonaro.

O gabinete responde pela coordenação da área de inteligência do governo, ao qual está subordinada a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A estrutura ainda comanda a segurança pessoal do presidente da República.

Núcleo militar

Villas Bôas reforça o núcleo militar do Palácio do Planalto, composto por generais da reserva do Exército.

Dos quatro ministros que despacham do palácio, dois são generais: Augusto Heleno (GSI) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo). Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Gustavo Bebianno (Secretaria Geral) estão na ala civil dos ministros palacianos.

O vice-presidente Hamilton Mourão também é general da reserva. Já o presidente Jair Bolsonaro é capitão reformado do Exército. Ele deixou a carreira há 30 anos, ao se eleger vereador no Rio de Janeiro – depois foi deputado federal por sete mandatos até se eleger presidente em 2018.

Perfil

General de exército (quatro estrelas), Villas Bôas comandou o Exército por quatro anos. Ele deixou o cargo em 11 de janeiro – o substituto foi o general Edson Pujol, nomeado por Bolsonaro.

Villas Bôas assumiu o Exército em janeiro de 2015, escolhido pela então presidente Dilma Rousseff. Em 2016, quando Michel Temer assumiu a Presidência graças ao processo de impeachment, Villas Bôas foi mantido no cargo.

Com fama de conciliador, por conduzir o Exército durante quatro anos de instabilidade política, Villas Bôas provocou polêmica por comentários feitos no Twitter em abril de 2018, na véspera de o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar um habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sem citar o caso, ele fez comentários em “repúdio à impunidade”.

“Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”, disse na primeira mensagem.


O então ministro, Joaquim Silva e Luna, afirmou ao jornal “O Globo” na oportunidade que os comentários de Villas Bôas foram no sentido contrário ao uso da força e que a população poderia “ficar tranquila”.

 

 

Fonte: G1